Não queremos comparar SpaceSail com Starlink, diz ministro das Comunicações à CNN
Governo brasileiro fechou acordo de cooperação com chinesa concorrente da empresa de Elon Musk no setor de internet via satélite
Em entrevista à CNN, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse que o governo federal não compara os serviços da empresa chinesa SpaceSail com a americana Starlink, que trabalham com o oferecimento serviços de internet via satélite.
“Quanto mais empresas nós tivermos atuando e oferecendo esse serviço com qualidade, preços justos e responsabilidade dentro do nosso país, é nessa linha que a gente está atuando”, afirmou Juscelino, nesta quarta-feira (20).
O governo brasileiro assinou, na terça-feira (19), um acordo de cooperação com a SpaceSail, que está desenvolvendo – ou seja: ainda não está em operação – um sistema de internet de alta velocidade via satélite.
O acordo entre Brasil e China prevê uma colaboração da SpaceSail com a estatal brasileira Telebras para o oferecimento do serviço no país.
Quanto estiver operando, a empresa chinesa vai competir diretamente com a Starlink, do empresário Elon Musk, no mercado brasileiro.
A gente não quer comparar uma empresa com outra. O que nós estamos atuando é para que a sociedade brasileira possa ter opções de mais de uma empresa oferecendo o serviço que hoje é essencial e fundamental para a população, principalmente em áreas remotas, onde não chegou ainda uma infraestrutura de banda larga fixa, por exemplo, e a conectividade pelo satélite é importante tanto para a pessoa no privado, como também para atender escolas, unidades de saúde, comunidades
Juscelino Filho
Sobre a SpaceSail estar atrás da Starlink no setor, Juscelino disse que os chineses tem um plano de investimentos “muito arrojado” e com “alta tecnologia”.
De acordo com o ministro, a SpaceSail pretende investir até US$ 10 bilhões em todo o mundo nos próximos anos. No Brasil, o investimento deve chegar a US$ 1 bilhão, com a instalação de 11 teleportos pelo país.
Atualmente, a empresa conta com 40 satélites já em órbita, afirmou Juscelino. Em 2025, mais 648 devem ser colocados no espaço, e a empresa já deve começar a oferecer seus serviços em território brasileiro.
“O Brasil é um mercado que eles têm olhado com muita atenção e a gente espera que o mais breve possível ela possa estar ofertando esse serviço que a empresa americana já oferta no nosso país”, acrescentou Juscelino.