Entorno de Bolsonaro forneceu suporte com uso indevido Estado, diz PGR
Informação teria base no depoimento do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, à Polícia Federal


O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) forneceu suporte às manifestações antidemocráticas com uso indevido da estrutura do Estado, afirmou a Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia oferecida nesta terça-feira (18).
A informação teria base no depoimento do ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, à Polícia Federal (PF).
“MAURO CÉSAR BARBOSA CID concordou “pode deixar que eu vou comentar com ele”, referindo-se a JAIR MESSIAS BOLSONARO. O diálogo não deixa dúvidas do suporte fornecido pelo entorno de JAIR BOLSONARO às manifestações antidemocráticas, até mesmo com o uso indevido da estrutura do Estado”, disse o documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O suporte seria relacionado às manifestações contrárias ao resultado que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
O que dizem os denunciados
Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirma que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito” e que a denúncia apresentada pela PGR é inepta e baseada em uma única delação. Leia a íntegra:
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado. O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam. A despeito dos quase dois anos de investigações — período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos —, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado. Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais. A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa. O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário”.
A defesa de Mauro Cid, por sua vez, afirmou que só irá se manifestar nos autos.