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    Entenda por que Anderson Torres foi preso pela Polícia Federal

    Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de prisão preventiva contra ex-ministro da Justiça neste sábado no aeroporto de Brasília

    CNN

    O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que também ocupou cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF), foi preso neste sábado (14) pela Polícia Federal (PF) ao desembarcar no aeroporto de Brasília.

    Recaem sobre ele suspeitas de ser conivente e omisso diante dos atos criminosos promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atacaram as sedes dos Três Poderes, no último dia 8, na capital federal.

    Em nota, a PF informou que Torres “foi preso ao desembarcar no Aeroporto de Brasília e encaminhado para a custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça”. “As investigações seguem em sigilo”, completou.

    O mandado de prisão foi decretado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na última terça-feira (10).

    “As omissões do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar, detalhadamente narradas na representação da autoridade policial, verificadas, notadamente no que diz respeito à falta da devida preparação para os atos criminosos e terroristas anunciados, revelam a necessidade de garantia da ordem pública”, afirma Moraes na decisão que determinou a prisão de Torres.

    Como secretário de Segurança Pública do DF, ele era responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios.

    O ministro do STF também ressalta a entrada de 100 ônibus fretados em Brasília “sem qualquer acompanhamento policial, mesmo sendo fato notório que praticariam atos violentos e antidemocráticos”.

    Já no domingo (8), a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão do ex-secretário, conforme revelou o analista de Política da CNN Caio Junqueira.

    Outro órgão que pediu medidas contra o ex-ministro foi o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de União (MPTCU), que requisitou ao STF o bloqueio de bens dele, de Jair Bolsonaro (PL) e Ibaneis Rocha (MDB).

    “Sabotagem”

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (10), o interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, acusou o ex-secretário de sabotar a segurança da capital federal nos atos criminosos. Ele teria alterado todo o comando da secretaria e viajado para fora do Brasil.

    “Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, disse Cappelli.

    O interventor explicou que agora serão apuradas as responsabilidades. “Há farto material para identificar não só a conduta dos manifestantes, mas também a conduta daqueles que, como agentes da lei, não cumpriram o seu papel”, afirmou.

    O que diz Torres

    No início de segunda-feira (9), logo após ter sido exonerado do cargo de secretário, Anderson Torres publicou um pronunciamento pelo Twitter dizendo que foi “surpreendido pelas lamentáveis cenas” em Brasília durante seu “segundo dia de férias”.

    “Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, escreve o comunicado.

    O representante também afirma que ele não foi omisso e não tem “a mínima parcela de culpa” nos ataques em Brasília.

    Publicado por Léo Lopes, produzido por Tiago Tortella, da CNN