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    Embalada por apagão, oposição ataca privatizações e reforça críticas a Tarcísio e Nunes

    PT reforça discurso contra venda da Sabesp; Boulos diz que prefeito age como "Rei do Camarote"

    Legendas como PT e PSOL passaram o fim de semana afinando o plano de ação
    Legendas como PT e PSOL passaram o fim de semana afinando o plano de ação Divulgação/Governo de São Paulo

    Clarissa OliveiraPedro Venceslauda CNN

    O apagão de energia elétrica que atinge a capital paulista desde a última sexta-feira (3) passou a subsidiar a estratégia da oposição aos governos estadual, de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e municipal, de Ricardo Nunes (MDB).

    Legendas como PT e PSOL passaram o fim de semana afinando o plano de ação. Na esfera estadual, o foco está em condenar as privatizações, fazendo um paralelo com o processo de venda da Sabesp.

    Na esfera municipal, parte dos ataques vem centrada diretamente na figura do prefeito Ricardo Nunes, de olho na eleição do ano que vem.

    Vídeo — Governo de SP aciona Procon sobre falta de energia

    A oposição ao governador Tarcísio de Freitas foi orientada a associar a privatização do fornecimento de energia em São Paulo a cortes de funcionários e redução de investimentos.

    De acordo com líderes petistas, a empresa teria enxugado mais de 30% o quadro de funcionários desde 2019.

    “O prejuízo que a Enel está causando a milhões de paulistas é reflexo da política privatista. E ele deixa um grande alerta sobre o que pode acontecer com o serviço de água e esgoto de São Paulo se Tarcísio levar à frente a loucura de vender a Sabesp”, disse à CNN o deputado Emidio de Souza (PT).

    “Fez mal ao Estado de São Paulo a privatização do setor elétrico, como vai fazer mal a privatização do setor de saneamento”, emendou o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP).

    A oposição também tentará ganhar protagonismo no debate sobre uma eventual indenização dos usuários prejudicados pela falta de abastecimento.

    Segundo informou a âncora da CNN Raquel Landim, o próprio Tarcísio vai defender que as concessionárias tenham que ressarcir os consumidores e comerciantes pelos prejuízos.

    Procurando tomar a dianteira desse movimento, a oposição tentará puxar a medida para um projeto de lei, que pode ser apresentado na assembleia paulista ainda nesta semana, disse à CNN o líder do PT na Assembleia, Paulo Fiorilo.

    “As pessoas perceberam que a empresa privatizada corta equipes e demite pessoas. A Enel não estava preparada. Temos informações de que eles não ampliaram equipes nem fizeram horas extras, afirmou Fiorilo. “Essa comoção terá impacto grande na privatização da Sabesp”, emendou.

    Na capital paulista, pré-candidato à prefeitura paulistana, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) entrou com ofício junto à Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) e à Aneel pedindo explicações sobre a suspensão do fornecimento de energia.

    A equipe do deputado também discute a possibilidade de levar o tema à Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara.

    No discurso, Boulos fez ataques diretos ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). Além de condenar o processo de privatização do fornecimento de energia, o parlamentar pegou embalo na participação do emedebista em uma luta de UFC e no Grande Prêmio de Fórmula 1 durante o fim de semana.

    “É o prefeito Rei do Camarote. É brincadeira”, disse Boulos.

    À CNN, Nunes afirmou há pouco que passou noites em claro no fim de semana trabalhando e associou Boulos ao Hamas, referindo ao conflito entre o grupo e Israel.

    “Melhor (ser rei do camarote) do que ser rei do terrorismo. Se (Boulos) não tem o que fazer é melhor ele calar a boca e se informar melhor”, reagiu o prefeito, por meio de mensagem.

    “Varei a madrugada trabalhando, fui direto sem dormir pra F1 receber o evento que é transmitido pra 190 países, e depois voltei pra rua pra arrumar a cidade”, prosseguiu.

    “São Paulo não pode parar, ainda bem que esse defensor do Hamas nunca será prefeito dessa cidade porque, pelo visto, se dependesse dele, cancelava a F1, acabaria com milhares de emprego e faria a cidade passar vergonha. Agora dá licença que tenho muito trabalho pra arrumar a cidade”, concluiu.