Em visita ao Amazonas, Lula diz que entregará BR-319 de forma “definitiva”
Via liga estados do Norte ao restante do país; obra teve início em 1968 e nunca foi concluída por conta de impasses ambientais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (10), que o governo federal vai priorizar a entrega “definitiva” da BR-319. A rodovia é a principal ligação dos estados do Amazonas e de Roraima com o restante do país. O trecho começou a ser construído em 1968 e nunca foi concluído.
As obras na BR-319 estão suspensas desde o fim de julho deste ano, após decisão da Justiça Federal do Amazonas, por falta de controle do desmatamento na região.
“É preciso parar com essa história de achar que a companheira Marina não quer construir a BR-319. Essa BR-319 foi construída nos anos 70. Ela foi abandonada por desleixo não sei de quem, ela ficou sem funcionar e hoje a rodovia tem uma parte para cá que funciona, uma parte para lá que funciona, e no meio são 400 quilômetros, que foram inutilizados”, afirmou Lula, sem dar prazos, durante discurso aos moradores de Manaquiri, a cerca de 160km de Manaus.
A parte citada pelo presidente corresponde ao ponto central da BR-319, também conhecido como “trecho do meio”, que há décadas é alvo de debates quanto aos impactos ambientais que podem ser causados caso as obras de pavimentação e o tráfego de veículos ocorram no local.
Ao lado dos senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), e do governador do Amazonas Wilson Lima (União), Lula propôs um diálogo entre políticos e ministros para encontrar soluções às questões.
Filtros de água
Durante a visita ao Amazonas, o presidente também contou que o governo federal irá distribuir 150 filtros de água para comunidades da região Norte.
“Temos condições de investir e cavar poços para que as pessoas tenham água de qualidade. Nós trouxemos uma quantidade de filtros de São Paulo. Esses filtros vão ser distribuídos nas comunidades”, explicou.
O presidente também visitou a comunidade de São Sebastião do Curumitá (AM), onde falou sobre a seca no Amazonas.
“A nossa vinda aqui junto de ministros é pra gente levar muito a sério essa necessidade do combate à seca, ao desmatamento e ao fogo. Obviamente nem tudo a gente controla, mas sabemos que no Brasil muitas queimadas são propositais. São queimadas feitas em propriedades privadas”.
Lula anuncia ainda na tarde desta terça-feira (10) um pacote de medidas de combate à seca na Amazônia, com a presença de prefeitos da região. Dos 62 municípios amazonenses, 61 tiveram reconhecimento federal da situação de emergência em função da estiagem.
O anúncio trata dos editais para quatro obras de dragagens de manutenção nos rios Amazonas e Solimões. Em cinco anos, serão investidos R$ 500 milhões para reduzir efeitos da forte estiagem que atinge a região e assegurar a navegabilidade na região.
Segundo o governo federal, a medida permite a liberação rápida de recursos e apoio. Durante a seca, há a formação de praias e surgimento de pedrais.
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