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    Em reação a Mantega, Alckmin e cúpula do Senado são acionados para eleição de Ilan Goldfajn no BID

    O ex-ministro da Economia enviou uma carta a representantes dos governos de Estados Unidos, Chile e Colômbia pedindo para adiar a eleição para o Banco Interamericano de Desenvolvimento

    Thais Arbexda CNN

    em Brasília

    O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a cúpula do Senado foram acionados nesta sexta-feira (11) para garantir a candidatura do economista e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), marcada para o dia 20 de novembro.

    O movimento é uma reação à carta enviada pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a representantes dos governos americano, chileno e colombiano pedindo para adiar a eleição. A informação foi antecipada pela analista de economia da CNN, Raquel Landim. Alckmin disse à CNN, no entanto, que não vai se envolver nesse assunto e que, até o momento, não foi procurado para tratar da eleição no BID.

    A carta de Mantega provocou uma crise entre aliados de Lula e fez com que os integrantes da futura base aliada do petista no Congresso entrassem em campo para fazer, principalmente, um gesto aos Estados Unidos. Segundo relatos, o próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), estaria atuando por Goldfajn.

    A ideia desses aliados era a de colocar Alckmin no circuito para evitar ruído com o BID.

    De acordo com relatos feitos à CNN, tão logo Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República, Goldfajn entrou em contato com o entorno do petista para falar sobre a eleição do BID. O ex-presidente do Banco Central recebeu sinais de que haveria uma atuação para garantir sua candidatura.

    A avaliação entre pessoas próximas a Lula é a de que a carta de Mantega possa minar as chances de, pela primeira vez nos 59 anos de história do BID, o Brasil comandar a instituição responsável por US$ 12 bilhões em empréstimos para prefeituras, estados e governos na América Latina.

    Esses aliados de Lula têm defendido um movimento que desautorize o pedido do ex-ministro da Fazenda. Eles entendem que o gesto do governo eleito pode fechar uma importante porta.

    Na carta, segundo informou Landim, Mantega diz falar em nome da equipe econômica do novo governo e afirma que o presidente eleito gostaria de indicar outro candidato. Segundo relatos, os integrantes do governo eleito defendem a candidatura do México.

    Um dos técnicos mais respeitados do país, Goldfajn foi indicado para concorrer ao comando do BID pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes, que passou por cima de divergências pessoais ao optar pelo seu nome.

    Ilan não é identificado nem com Bolsonaro e nem com Lula, o que o credenciou para o cargo. O Tesouro dos Estados Unidos havia indicado o apoio a Ilan, o que deixava o caminho mais fácil. Os EUA são o maior acionista do BID, com 30% do capital (e dos votos). O Brasil tem outros 11%.