Em nova articulação, Witzel troca secretário da Casa Civil e nomeia André Moura
Ex-líder do governo de Michel Temer no Congresso Nacional, Moura voltará ao cargo de secretário da Casa Civil, posto que ocupou até 28 de maio deste ano
Em mais uma articulação para tentar evitar a perda do mandato no processo de impeachment em andamento na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o governador Wilson Witzel (PSC) anunciou na noite de quinta-feira (23) mais uma mudança em seu secretariado.
A decisão, primeiro, foi postada no Twitter e, depois, confirmada em edição extra do Diário Oficial. Ex-líder do governo de Michel Temer no Congresso Nacional, André Moura (PSC) voltará ao cargo de secretário da Casa Civil, posto que ocupou até 28 de maio deste ano, e que deixou por decisão do próprio governador.
Moura era elogiado por deputados estaduais e fazia a articulação entre o governador e o parlamento. A saída do secretário aumentou a dificuldade de comunicação entre os Palácios da Guanabara e Tiradentes.
Principalmente porque a exoneração de Moura foi acompanhada pela do então secretário de Fazenda Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho. Nos lugares dos dois, foram nomeados dois nomes considerados muito próximos ao então secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, apontado pelos deputados como pivô dos desentendimentos entre o governo e o parlamento.
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Segundo os deputados, Tristão disse ter produzido dossiês contra os 70 parlamentares com assento no Palácio Guanabara. O presidente da Alerj, André Ceciliano, formalizou um pedido enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, para que eventuais grampos telefônicos e ambientais, nos gabinetes, fossem investigados.
O governador exonerou Tristão em 3 de junho, a uma semana da votação do pedido de abertura do processo de impeachment, aprovado por 69 a 0 na Alerj.
Essa foi a segunda articulação da semana, feita por Witzel, para tentar barrar o impedimento. Na quarta-feira, seus advogados apresentaram uma reclamação constitucional, com pedido de liminar, ao STF, pedindo a suspensão do processo.
Ele repete a estratégia que foi derrotada no âmbito do TJ-RJ. Na ocasião, a defesa disse que a comissão não obedeceu aos critérios de proporcionalidade das bancadas e de eleição dos membros. A Alerj alegou que o trâmite é todo baseado na lei 1079/50 e que não há nenhuma irregularidade no processo.
Na quinta-feira (23), a Alerj também se manifestou e enviou um ofício resposta, de 29 páginas, repetindo as alegações apresentadas ao TJ-RJ. Dessa vez, o documento afirma que nem mesmo os partidos supostamente prejudicados pelo critério de formação da comissão apontado pela defesa questionaram a medida. Os titulares dos direitos questionados seriam PSL, PSOL e DEM.
Ainda não houve uma manifestação judicial sobre o pedido. O prazo para apresentação da defesa de Witzel à Alerj, por escrito, vai até 29 de julho.