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    Em meio à crise na Lava Jato, procurador deixa Operação Greenfield e critica PGR

    Operação Greenfield, deflagrada em setembro de 2016, apura desvios nos fundos de pensão e na Caixa

    Teo Cury, da CNN, em Brasília

    Após a saída de Deltan Dallagnol da coordenação da Lava Jato em Curitiba e a demissão coletiva dos procuradores da força-tarefa em São Paulo, o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, que atua na Greenfield, em Brasília, deixou o operação. 

    A operação Greenfield, deflagrada em setembro de 2016, apura desvios nos maiores fundos de pensão — Funcef, Petros e Previ —, no FGTS e na Caixa Econômica Federal. 

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    Operação da PF em apoio à Força Tarefa da Operação Greenfield
    Operação da PF em apoio à Força Tarefa da Operação Greenfield
    Foto: Paula Martini/CNN Brasil

    O procurador alegou falta de estrutura para a atuação da força-tarefa, o que inviabiliza a continuidade das investigações. A informação foi revelada pela “Coluna do Estadão” e confirmada à CNN pela assessoria de imprensa da Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF). 

    “Entre meus motivos para tal decisão, além do desejo de realmente dar mais atenção a assuntos e relações familiares, pesou bastante minha insatisfação com a insuficiência de dotação de uma estrutura adequada de trabalho à força-tarefa”, escreveu Lopes, em carta a colegas. 

    No documento, o procurador disse que a atuação da força-tarefa foi prejudicada pela determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR) de não manter outros procuradores do grupo na condição de membros exclusivos. Segundo ele, não é possível que somente um procurador se dedique em caráter exclusivo a uma operação complexa como a Greenfield. 

    “De fato, a atuação da Força-Tarefa Greenfield restou bastante prejudicada pela recente decisão da Procuradoria-Geral da República de não mais prorrogar a desoneração dos colegas Sara Moreira e Leandro Musa, deixando-me como único membro exclusivo da FT Greenfield”, escreveu.

    “Hoje, a Greenfield é um universo imenso de casos e investigações, que envolve cifras bilionárias (ou trilionárias, considerando que temos dados bancários que somam cerca de três trilhões de reais, ao todo, em casos de nosso Simba), sendo de grande relevância e impondo enorme responsabilidade, não sendo possível que um só procurador da República se dedique com exclusividade a esse complexo investigativo. Por maior que seja o espírito público e a vontade de lutar pela Justiça, permanecer como único membro de dedicação exclusiva à força-tarefa pareceu-me inaceitável”, disse.

    Lopes acrescentou ainda que, futuramente, com a possível transformação da Greenfield em parte ou subsede da Unidade Nacional Anticorrupção, “torço para que enfim a Greenfield (seu complexo de casos) possa ter a estrutura material e humana adequada que tanto merece”.

    A Unidade Nacional Anticorrupção é um projeto que vem sendo discutido na PGR para unificar todas as forças-tarefas e que sofre resistência por parte dos procuradores. 

    Até julho, a Greenfield era composta por cinco procuradores, sendo três deles com dedicação exclusiva às investigações: Anselmo Lopes, Sara Moreira de Souza Leite e Leandro Musa.

    Em agosto, o procurador Claudio Drewes deixou a operação por não conseguir conciliar a coordenação da Greenfield e a chefia da Procuradoria da República no Distrito Federal. 

    A partir de então, a força-tarefa passou a ter apenas Lopes como procurador exclusivo e outros três procuradores que se dividiam entre a operação e outros casos.

    Lopes e Drewes fizeram a permuta no dia 2 de setembro. Ela começa a contar a partir do dia 8 de setembro e está prevista até o dia 13 de setembro de 2021. Drewes, no entanto, não atuará na força-tarefa porque foi desonerado de investigações, já que está na chefia da PR-DF.

    A força-tarefa ainda aguarda a aprovação do nome da subprocuradora-geral Samantha Chantal Dobrowolski pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal. Ela deve entrar no grupo para coordenar a operação

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