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    Em jantar com Lula, Pacheco reclamou de “traição” por ida do governo ao STF

    Presidente prometeu conversar com Haddad e distensionar relação entre presidente do Senado e ministro da Fazenda

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) 8.jan.2024 - Reuters/Adriano Machado

    Larissa RodriguesPedro Teixeirada CNN

    Brasília

    Em jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (2), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ter se sentido traído com a decisão do Palácio do Planalto de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a desoneração da folha de pagamento dos setores da Economia.

    Fontes relataram à CNN que Pacheco citou o sentimento de traição porque, um dia antes da decisão do governo de ir ao STF, coube a ele segurar a vontade da Câmara dos Deputados em derrubar diversos vetos presidenciais a projetos de lei que poderiam significar uma derrota para o Planalto.

    Lula teria dito ao presidente do Senado entender sua chateação e se comprometido a conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o assunto.

    A intenção do petista é distensionar a relação de Pacheco com Haddad, já que, após a decisão do Supremo, os dois trocaram farpas via entrevistas à imprensa e notas oficiais.

    O encontro entre Pacheco e Lula no Palácio da Alvorada durou cerca de três horas e meia. Depois da conversa reservada entre os dois, ministros do governo também participaram da reunião.

    Há duas semanas, Lula já havia se reunido com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

    Nos últimos meses, parlamentares têm aumentado as críticas contra o governo, principalmente no que se refere ao atraso no pagamento de emendas, judicializações de propostas aprovadas pelo Congresso e falta de articulação política.

    Na terça (30), Pacheco minimizou os recentes atritos com o governo e disse que todas as “divergências” com o governo seriam resolvidas “uma a uma”.

    Na ocasião, porém, ele voltou a criticar a decisão do governo federal de judicializar a desoneração da folha de pagamento de empresa e municípios. Segundo Pacheco, a medida foi um “erro primário”.

    Durante ato do 1º de Maio, nesta semana, Lula negou que exista uma “guerra” entre o Palácio do Planalto e o Congresso.

    Distensionar relação

    O objetivo do encontro de Lula com Lira e Pacheco foi distensionar a relação com os chefes das Casas legislativas.

    O movimento do Planalto ocorre uma semana antes de o Congresso analisar os vetos de Lula a propostas aprovadas pelos parlamentares.

    Após ser adiada em duas ocasiões, a sessão para analisar vetos presidenciais deve ocorrer no dia 9 de maio. Ao todo, 32 itens estão pendentes de análise dos deputados e dos senadores. Nem todos, porém, serão analisados.

    O governo tenta evitar a derrota em dois deles. O primeiro diz respeito ao veto de Lula sobre o projeto de lei sobre a saída temporária de presos, conhecida popularmente como “saidinha”.

    Outro veto que tem demandado uma articulação do governo com os parlamentares é sobre o repasse de R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão, que são direcionadas à Câmara e ao Senado. Em janeiro, Lula barrou essa transferência de recursos ao Congresso, o que desagradou os parlamentares.