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    Em fórum sobre energia e clima, Lula diz que “não há sustentabilidade num mundo em guerra”

    Mais cedo, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou a intenção de contribuir com US$ 500 milhões - equivalentes a R$ 2,5 bilhões - para o Fundo Amazônia

    Da CNN

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em discurso (leia íntegra abaixo) durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima nesta quinta-feira (20), que “não há sustentabilidade num mundo em guerra”.

    “Além da paz, é urgente buscarmos uma relação de confiança entre os países. No entanto, desde a Convenção do Clima, em 1992, no Rio de Janeiro, a confiança entre os atores envolvidos tem declinado”, disse Lula.

    “Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos mantém-se aquém da promessa de 100 bilhões de dólares por ano”, acrescentou o presidente.

    Lula afirmou ainda que o mundo está próximo de “um ponto irreversível” e que “precisamos de uma governança mais efetiva e legítima, que nos permita resgatar a solidariedade para o bem de toda a humanidade”.

    Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a intenção de contribuir com US$ 500 milhões – equivalentes a R$ 2,5 bilhões – para o Fundo Amazônia para os próximos cinco anos.

    Biden também convocou outras lideranças para que apoiem o Fundo Amazônia. “O objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C pode ficar ao nosso alcance. Mas vai depender de todos nós – não de apenas um de nós. Não alguns de nós”, ressaltou.

    No evento, realizado virtualmente, também estiveram presentes os presidentes de Egito, México, Comissão Europeia, Argentina, Turquia, Emirados Árabes Unidos (EAU), Indonésia e Coreia do Sul; os premiês de Austrália, Canadá, Alemanha, Reino Unido e Japão, além de autoridades da ONU, China, Índia, França, Itália e Arábia Saudita.

    Leia a íntegra do discurso de Lula

    “Quero cumprimentar o Presidente Joe Biden pela realização deste Fórum sobre Energia e Clima. Aproveito para saudar a todos os participantes.

    A resposta ao desafio climático – talvez o maior da nossa geração – depende da ação coordenada entre todos os países. O Brasil está fazendo a sua parte, e vai avançar ainda mais nos esforços para mitigar os efeitos da mudança do clima.

    Temos a matriz energética mais limpa do planeta. Mais de 80% da nossa eletricidade provém de fontes renováveis: hidrelétrica, eólica, solar, etanol e biomassa. E vamos aumentar essa proporção, com a instalação de novos parques de geração de energia solar e eólica.

    Continuaremos também a investir em soluções como a agricultura de baixo carbono, infraestrutura verde e biocombustíveis.

    Fomos capazes de reduzir o desmatamento da Amazônia em mais de 80% ao longo de uma década, e voltaremos a fazê-lo. Os danos ao meio ambiente causados pelo governo anterior serão revertidos.

    Para tanto, retomamos o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, que em passado recente foi responsável pela queda recorde na devastação da floresta. Nossa meta é o desmatamento zero.

    Temos o compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares, e estamos fortalecendo os investimentos em bioeconomia, assegurando trabalhos dignos e sustentáveis para os 25 milhões de brasileiros que vivem na região.

    Em agosto, vamos reunir os líderes dos oito países amazônicos, com o objetivo de impulsionar uma nova agenda comum para a Amazônia. Reafirmaremos a nossa disposição para trabalhar conjuntamente em projetos de maior alcance, que protejam o bioma e promovam o seu desenvolvimento sustentável.

    Também trabalharemos com países que detêm florestas tropicais na África e na Ásia.  Como sinal de comprometimento, apresentamos a candidatura de Belém, na região amazônica, para sediar a COP30 em 2025.

    Senhoras e senhores.

    Os efeitos da mudança do clima agravam ainda mais a pobreza, a fome e a desigualdade no mundo, flagelos que o Brasil combate com todas as forças. Também somos defensores intransigentes da paz entre os povos. Não há sustentabilidade num mundo em guerra.

    Além da paz, é urgente buscarmos uma relação de confiança entre os países. No entanto, desde a Convenção do Clima, em 1992, no Rio de Janeiro, a confiança entre os atores envolvidos tem declinado.

    Desde que o compromisso foi assumido, em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos mantém-se aquém da promessa de 100 bilhões de dólares por ano. Como disse no início, é preciso que todos façam a sua parte.

    Hoje o mundo está próximo de um ponto irreversível. Vemos diante de nós a urgência de cumprirmos as promessas feitas. Precisamos de uma governança mais efetiva e legítima, que nos permita resgatar a solidariedade para o bem de toda a humanidade.

    Podem contar com o Brasil.”

    (Publicado por Lucas Schroeder)

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