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    Em entrevista, Raquel Lyra cita incômodo com PSDB e admite possível saída

    Governadora de Pernambuco afirmou que é preciso "colocar de lado os projetos individuais e garantir que o país possa andar para a frente"

    Lucas Schroederda CNN , São Paulo

    A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, afirmou em entrevista estar incomodada com a postura do PSDB em relação ao governo federal e admitiu a possibilidade de deixar a sigla. As declarações foram feitas ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, exibido na noite de domingo (16).

    “O PSDB não foi oposição ao governo Bolsonaro e se colocou, há cerca de um ano, como farol da oposição ao governo do presidente Lula sem ter um projeto que pudesse apontar o que queremos adiante. Defendi sempre uma postura de independência do PSDB para que a gente pudesse ajudar nas construções de pontes que o Brasil precisa e não em erguer mais muros”, declarou Lyra.

    Segundo a governadora, seu ponto de vista é respeitado dentro do partido. No entanto, ela disse que o fato de o PSDB ser oposição ao governo petista “causa, sim, incômodo diante da necessidade que vejo de nosso país voltar a crescer, construir consensos, deixar o povo mais feliz, garantir qualidade de vida”.

    A governadora, que já teve o nome especulado no PSD, de Gilberto Kassab, e até mesmo no PT, admitiu a possibilidade de deixar o PSDB num futuro não especificado.

    “Há possibilidade, sim, concreta, de eu sair do partido. Tenho uma excelente relação com o governo federal e respeito ao presidente Lula por sua história. Ele é pernambucano e está, neste momento, levando investimentos que são estruturantes”, contou Lyra.

    Ainda de acordo com a governadora, é preciso “colocar de lado os projetos individuais e garantir que o país possa andar para a frente”.

    O PSDB tem conduzido estudos para avaliar uma possível fusão ou incorporação com outra legenda. A ideia é que o processo seja concluído ainda este ano.

    Apesar disso, não são todos dentro do PSDB que concordam com uma mudança neste sentido. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou no início do mês à CNN que “um partido do tamanho, e com a missão que tem o PSDB, não pode falar em fusão”.

    Na semana passado, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, defendeu em nota que o partido “não vai desaparecer”.

    “Em respeito a 1,35 milhão filiados e à história de todos que ajudam a fundar e a construir o partido que fez as reformais mais importantes do Brasil, o PSDB vai continuar existindo”, diz trecho do comunicado assinado por Perillo.

    *Com informações de Luciana Amaral, da CNN, em Brasília

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