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    Em depoimento, Ramos pede retificação e Heleno acha ‘natural’ escolha de Ramagem

    Ministros prestaram depoimento à Polícia Federal para esclarecer vídeo sobre reunião ministerial.

    O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (18.jun.2019)
    O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (18.jun.2019) Foto: Planalto/Divulgação

    Da CNN, em São Paulo

    O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (18.jun.2019)
    Foto: Planalto/Divulgação

    Após finalizar suas declarações à Polícia Federal na tarde desta terça (12), o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) pediu para fazer duas retificações quanto a suas afirmações sobre o suposto momento em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria dito que ‘se não pudesse trocar o Diretor Geral da Polícia Federal ou o Superintendente da corporação no Rio de Janeiro, trocaria o próprio ministro’.

    Também em depoimento à Polícia Federal, o ministro Augusto Heleno (GSI) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro lhe teria dito, ‘em uma ou outra oportunidade’, e na presença do ex-ministro Sérgio Moro, que precisava de alguém ‘mais ativo’ no comando da Polícia Federal. O ministro também disse achar ‘natural’ a escolha de uma ‘pessoa próxima’ para exercer a chefia da corporação.

    “Mais ativo no sentido de maior produtividade, o que não envolveria maior produção de relatórios de inteligência ainda que isso possa estar incluído no conceito de produtividade”, esclareceu o ministro.

    A defesa do ex-ministro Sérgio Moro se opôs à retificação de Ramos, alegando que a modificação configuraria uma alteração material, mas o pedido ficou registrado no documento.

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    Segundo o termo de depoimento, ao longo da oitiva Ramos afirmou: “que não foi mencionado pelo Presidente que se não pudesse trocar o Diretor Geral da Policia Federal ou o Superintendente da Policia Federal no Estado do Rio de Janeiro, ele trocaria o próprio Ministro” e “que na presença do depoente (Ramos) isso não foi dito na reunião do dia 22 de abril ou em qualquer outro momento”.

    Após a leitura documento, Ramos pediu para que as frases constassem como: “que não se recorda se foi mencionado pelo Presidente que se não pudesse trocar o Diretor Geral da Polícia Federal ou o Superintendente da Policia Federal no Estado do Rio de Janeiro. ele trocaria o próprio Ministro” e “que não se lembra se na presença do depoente isso foi dito na reunião do dia 22 de abril ou em qualquer”.

    Ao longo da oitiva, Ramos indicou que o presidente Jair Bolsonaro queria ‘interferir em todos os ministérios’ para ‘melhorar a qualidade de relatórios de inteligência’. Segundo o general, os documentos foram alvo de críticas declaradas ‘de forma contundente’ durante a reunião ministerial do dia 22 de abril.

    Na mesma ocasião, o presidente disse que, a ‘título de exemplo’, se ele não estivesse satisfeito com sua segurança pessoal realizada no Rio de Janeiro’ poderia trocar ‘até o ministro’ responsável, afirmou Ramos.

    No entanto, após a exibição do vídeo da reunião ministerial do dia 22, Bolsonaro afirmou que a gravação não contém as palavras ‘Polícia Federal’, ‘investigação’ nem ‘superintendência’. “Vocês vão se surpreender quando esse vídeo aparecer”, disse o presidente nesta terça, 12, na rampa do Palácio do Planalto. Na manhã desta quarta, 13, o presidente reforçou que não menciona a Polícia Federal no vídeo e disse que Ramos se ‘equivocou’.

    Indicação de Ramagem

    Sobre a indicação de Alexandre Ramagem, Heleno afirmou considerar ‘natural’ que o presidente da República ‘queria optar por uma pessoa próxima’ para comandar a Polícia Federal, mas que a indicação se deveria à ‘eficiente administração de Ramagem’ em frente à Abin, relatada pelo próprio Heleno a Bolsonaro ‘em diversas oportunidades’.

    Segundo Heleno, a relação entre Bolsonaro e Ramagem ‘não extrapola os limites de uma vinculação profissional entre chefe e subordinado’, mas que também ‘natural’ que haja ‘uma proximidade’ de Ramagem com o presidente e seus filhos, visto que o delegado foi encarregado da segurança pessoal de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

    Ainda de acordo com Heleno, Moro disse que o presidente não tinha ‘elencado motivos’ que justificassem a troca de comando da PF. O ex-juiz estaria ‘irresignado’ com a mudança na chefia da PF.

    “Em uma dessas oportunidades, disse ao ex-ministro Moro que por se tratar de uma atribuição legal do presidente da República, os motivos deste não precisariam ser os mesmos que o ministro Moro acharia relevantes”, afirmou Heleno, que disse que se ‘tentaria falar’ com Bolsonaro sobre o caso como ‘gesto de amizade’, mas sabendo que o presidente já estava determinado em fazer a troca de diretor-geral.

    Com Estadão Conteúdo