Em depoimento à PF, Ramos deve dizer que indicação de coronel foi plano B
O ministro da Secretaria-Geral foi quem teria indicado Eduardo Gomes da Silva para a transmissão online na qual o presidente criticou as urnas eletrônicas
Em depoimento à Polícia Federal, o ministro da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, deve dizer na segunda-feira (30) que a participação de um servidor da Casa Civil em live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tratou-se de um plano B.
Segundo relatos feitos à CNN Brasil por assessores e aliados do general da reserva, a ideia original era de que um especialista em segurança digital participasse da transmissão online na qual o presidente criticou as urnas eletrônicas e exibiu vídeos segundo os quais, na opinião dele, trazem indícios de irregularidades.
Como o profissional decidiu não comparecer, o então ministro da Casa Civil teria indicado a Bolsonaro o coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva para participar da transmissão online. Ele foi apresentado pelo presidente como um “analista de inteligência”.
Neste mês, Eduardo foi nomeado para o cargo de secretário especial de Modernização do Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Na live, realizada em julho, Bolsonaro admitiu não ter provas de fraude na eleição passada – ao contrário do que havia prometido mostrar –, mas usou da emissora pública, a TV Brasil Gov, para disseminar dúvidas e informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
Conhecido como “coronel Eduardo”, o analista disse na transmissão pela internet que as urnas têm “problemas” e precisam de “melhorias”, mas não apresentou dados para comprovar sua tese, apenas referendando o discurso do presidente.