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    Em depoimento à PF após questionar urnas, Marcos Cintra diz que publicação o “induziu ao erro”

    O ex-secretário da Receita afirmou, no início de novembro, que não houve urnas com unanimidade de votos em Jair Bolsonaro

    Gabriela CoelhoVianey Bentesda CNN , em Brasília

    O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação afirmando que prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (23) e esclareceu que foi “vítima de uma publicação incompleta, que o induziu ao erro”.

    No início de novembro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a PF ouvisse Cintra sobre o questionamento feito no Twitter pelo o ex-secretário da Receita Federal a respeito da apuração das eleições de 2022.

    A decisão de Moraes se deu no âmbito do inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas. Na ocasião, o ministro, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proibiu Cintra de publicar, promover, replicar e compartilhar ataques e notícias falsas sobre o processo eleitoral brasileiro, sob pena de multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.

    Em depoimento, no qual a CNN teve acesso, Cintra disse que obteve a informação em mídia digital de que algumas urnas registraram 100% dos votos para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva e zero para o candidato Jair Bolsonaro e que, diante disso, entrou em links que direcionavam para o site do TSE. De acordo com Cintra, por falta de conhecimento, não teve como procurar tais informações no site do TSE.

    O ex-secretário da Receita Federal solicitou ainda ao STF que sua rede social seja desbloqueada.

    De acordo com o depoimento prestado à PF, ao ser questionado se tem conhecimento técnico dos mecanismos de segurança utilizados no processo eleitoral (urnas eletrônicas), respondeu negativamente e disse que apenas tem conhecimento dos fatos que saem na mídia.

    Cintra também respondeu negativamente quando foi perguntado se possui elementos concretos que indicariam a existência de fraude no sistema eletrônico de votação.

    Em manifestação enviada ao STF, a defesa afirmou que Cintra jamais atentaria contra o TSE, nunca atacaria as instituições e o Estado Democrático de Direito.

    Cintra disse que a publicação no Twitter contra o sistema eleitoral foi uma “sincera dúvida”, que demandou explicações ao TSE para resguardar o próprio sistema eleitoral e que respeita profundamente os ministros do STF e do TSE, jamais tendo tido a intenção de ofender a quem quer que seja e que a publicação foi mal interpretada.

    “Na questionada publicação, feita ainda sob as naturais emoções que envolveram o disputadíssimo pleito eleitoral, afirmei: Acredito na legitimidade das instituições”.

    Ele disse ainda que já fez críticas ao atual presidente Jair Bolsonaro e que é oposição. Além disso, se defendeu dizendo que é professor, pessoa de “ilibada reputação” e que prestou, “por toda a vida, serviços à Democracia brasileira. assumindo cargos públicos com “impecável lisura.”

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