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    Em conversas, coronel falou em guerra civil agora ou depois; ouça áudio

    Áudios que constam em relatório da PF sobre tentativa de golpe mostram o coronel Roberto Criscuoli falando em aproveitar que “o povo tá na rua” para justificar ato

    Anna Júlia Lopescolaboração para a CNNElijonas Maiada CNN , Brasília

    Em áudio identificado pela Polícia Federal (PF), o coronel Roberto Raimundo Criscuoli falou em uma eventual “guerra civil” no país, no contexto da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

    Em mensagem de voz enviada ao general da reserva Mario Fernandes, Criscuoli sugere que uma intervenção deveria ser feita de imediato.

    “Na realidade, vai ser guerra civil agora ou vai ser guerra civil depois, só que a guerra civil agora tem uma justificativa, o povo tá na rua, nós temos aquele apoio maciço. Daqui a pouco nós vamos entrar em uma guerra civil, porque daqui uns meses esse cara vai destruir o exército”, declarou Criscuoli em conversa com Fernandes, que foi preso na última semana por envolvimento no plano de golpe.

    Nos áudios, o coronel pressiona o general para que seja tomada uma decisão.

    Ouça:

    “Vai esperar virar uma Venezuela para virar o jogo, cara? Democrata é o cacete, não tem que ser democrata mais agora. ‘Ah, não vou sair das quatro linhas’, acabou o jogo. Não tem mais quatro linhas. Agora o povo na rua tá pedindo pelo amor de Deus. Vai dar uma guerra civil? Vai dar, eu tenho certeza, porque os vermelhos vão vir feroz. Mas nós estamos esperando o quê? Dando um tempo para eles se organizarem melhor para a guerra ser pior? Irmão, vamos agora, fala com o 01 aí, cara”, afirmou.

    O militar não explica quem seria o “01” citado no áudio.

    Os áudios foram identificados pela PF em investigação sobre planos golpistas para manter Bolsonaro na presidência e matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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