Em carta para acalmar PL, Valdemar defende Tarcísio e deputados que votaram a favor da reforma tributária
Discussão interna da legenda levou à suspensão do grupo de WhatsApp no final de semana, e alguns parlamentares chegaram a falar em debandada
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, encaminhou nesta terça-feira (11) uma carta aos deputados da legenda para tentar acalmar os ânimos do partido após brigas internas levarem à suspensão do grupo de WhatsApp da bancada.
O motivo inicial da confusão, que começou no domingo (9), foram os votos favoráveis dados por uma parte dos 99 deputados da legenda a favor da reforma tributária, mas evoluiu, segundo apurou a CNN, para trocas de ofensas graves entre os parlamentares — o que levou membros da legenda a apostarem em uma debandada.
“O PL não se tornará um novo PSL”, afirmou o líder da legenda, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), em referência ao partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018 e que, depois de muitas brigas, implodiu.
Na carta, obtida pela CNN, Valdemar saiu em defesa dos parlamentares que votaram a favor do governo Lula em pautas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária.
“Se entrarem pautas boas para a economia, de gestão governamental, como arcabouços, reformas tributárias que refletem em questões regionais, cada um precisa votar no que for melhor para o povo que o elegeu”, diz o texto.
O presidente do PL reafirmou que o partido é “bolsonarista”, “de direita”, e que o partido votará contra pautas que “ferem a liberdade e a família”, mas destacou que o partido dará votos favoráveis ao governo Lula.
“Se o atual governo apresentar uma pauta boa para o país, esse presidente que está aí não precisa gastar orçamento pra ter o nosso voto, pois todos seremos a favor”, orientou.
O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), criticado por bolsonaristas por apoiar a reforma tributária do governo Lula, foi citado pelo presidente do PL no texto.
“É preciso, também, respeitar a liberdade de opinião de nossos parlamentares nas redes sociais e em seus discursos. Usar os órgãos do Estado para intimidar nossos deputados e senadores é contra a democracia. É preciso que todos os Poderes se respeitem e não ultrapassem os limites estabelecidos pela Constituição. O Tarcísio é de direita e conservador e tem a obrigação de fazer o que é melhor para o estado de São Paulo. É para isso que ele foi eleito”, diz trecho da carta.