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    Em carta, Mandetta diz que ações de ministério não tinham apoio do presidente

    A carta, que traz a data do dia 28 de março e é assinada por Mandetta, foi enviada à CPI da Pandemia nesta terça-feira (4)

    Daniela LimaRenata Agostinida CNN

     

    Em carta endereçada ao presidente da República no ano passado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que as orientações da pasta para o enfrentamento à pandemia não recebiam apoio do governo federal. Ele recomendou ainda que Jair Bolsonaro mudasse o posicionamento adotado até então e passasse a acompanhar as recomendações do Ministério da Saúde, como a de apoiar o isolamento social.

    A carta, que traz a data do dia 28 de março e é assinada por Mandetta, foi enviada à CPI da Pandemia nesta terça-feira, 4. Segundo o ex-ministro, o documento foi entregue no mesmo dia 28 de março ao presidente Jair Bolsonaro, numa reunião no Palácio da Alvorada.

    “Recomendamos, expressamente, que a Presidência da República reveja o posicionamento adotado, acompanhando as recomendações do Ministério da Saúde, uma vez que a adoção de medidas em sentido contrário poderá gerar colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população”, diz trecho da carta.

    Primeira parte da carta enviada pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta para
    Primeira parte da carta enviada pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta para o presidente Jair Bolsonaro
    Foto: Reprodução

     

    Segunda parte da carta enviada pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta
    Segunda parte da carta enviada pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta para o presidente Jair Bolsonaro
    Foto: Reprodução

     

    Terceira parte da carta enviada pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta
    Terceira parte da carta enviada pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta para o presidente Jair Bolsonaro
    Foto: Reprodução

     

    No documento, Mandetta faz uma cronologia dos principais eventos naquele ano, desde a identificação de “rumores” a respeito de “pneumonia atípica” na China em janeiro, passando pelo reconhecimento da gravidade da doença pela Organização Mundial da Saúde, até por medidas tomadas pela pasta então comandada por ele nos primeiros meses de 2020.

    “Em que pese todo esforço empreendido por esta Pasta para proteção da saúde da população e, via de consequência, preservação de vidas no contexto da resposta à epidemia da Covid-19, as orientações e recomendações não receberam apoio deste Governo Federal, embora tenham sido embasadas por especialistas e autoridades em saúde, nacionais e internacionais, quais sejam, o isolamento social e a necessidade de reconhecimento da transmissão comunitária”, diz outro trecho da carta.

    A CNN entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Presidência e aguarda retorno.

    Mandetta, demissão, Ministro da Saúde
    O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante a coletiva de imprensa sobre à infecção pelo novo coronavírus. Brasília, 15 de abril de 2020.
    Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil