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    Em áudio, Mario Fernandes faz referência a clamor popular, “como foi em 64”, para adesão das Forças; ouça

    Menção ao golpe que instaurou uma ditadura militar no país até 1985 aparece em relatório da PF

    Anna Júlia Lopescolaboração para a CNNElijonas Maiada CNN , Brasília

    Em conversa com o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, o general da reserva Mario Fernandes sugeriu que as eleições presidenciais de 2022 haviam sido fraudadas e falou em clamor popular, “como foi em 64”, para adesão das Forças ao suposto golpe de Estado.

    O áudio consta no relatório da Polícia Federal (PF) que serviu de base para a Operação Contragolpe, deflagrada na última terça-feira (19). A mensagem teria sido encaminhada em 4 de novembro de 2022.

    “Tá na cara que houve fraude, p**. Tá na cara, não dá mais pra gente aguentar esta porra, tá f**. Tá f*. E outra coisa, nem que seja pra divulgar e inflamar a massa. Pra que ela se mantenha nas ruas, e aí sim, p*, talvez seja isso que o alto comando, que a defesa quer. O clamor popular, como foi em 64”, declarou Fernandes.

    “Porque como o senhor disse mesmo, p**, boa parte do alto comando, pelo menos do exército, não tá muito disposto, né. Ou não vai partir pra intervenção, a não ser que, pô, o start seja feito pela sociedade”, acrescentou.

    Ouça:

    A citação ao ano de 1964 é uma referência ao golpe que instaurou uma ditadura militar no país até 1985.

    Ponto focal com “manifestantes golpistas”

    Um dos cinco presos no âmbito da operação Contragolpe, Fernandes dava apoio material e financeiro e orientava os participantes das manifestações em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília, segundo a investigação.

    Segundo a PF, o militar da reserva era o “ponto focal do governo de Jair Bolsonaro com os manifestantes golpistas” e tinha influência sobre as manifestações.

    À época, o acampamento em frente ao QG do Exército serviu como uma espécie de base, de onde saíram parte das pessoas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

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