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    Eduardo Bolsonaro nega ter ofendido China ao culpar país pelo novo coronavírus

    Em nota, deputado diz que 'jamais ofendeu o povo chinês' e que parlamentar brasileiro tem obrigação de 'estimular o debate'

    Eduardo Bolsonaro disse que a prerrogativa da imunidade parlamentar lhe permite criticar a atuação da China diante da pandemia de coronavírus
    Eduardo Bolsonaro disse que a prerrogativa da imunidade parlamentar lhe permite criticar a atuação da China diante da pandemia de coronavírus Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

    Da CNN Brasil, em São Paulo

    Em nota oficial, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu sua declaração de quarta-feira (18) sobre a suposta omissão do governo chinês em relação ao surto do novo coronavírus. No texto, Eduardo disse que “jamais ofendeu o povo chinês” e que “tal interpretação é totalmente descabida”.

    “Estimular o debate é função do parlamentar brasileiro, tendo por isso a prerrogativa da imunidade parlamentar (art. 53, CF) como garantia constitucional, para que deputados possam exercer tal direito”, escreveu o deputado, defendendo seu direito de criticar a atuação da China diante da pandemia.

    “Esclareço ainda que meu comportamento não tem o mínimo traço de xenofobia ou algo similar. Na comunidade médica, é bem comum que doenças sejam batizadas em referência à localidade de origem da mazela”, continuou o filho do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), opinando que chamar a COVID-19 de “vírus chinês”, como feito por sua família e pelo presidente americano, Donald Trump, não é um ato de preconceito.

    Para o deputado, sua fala não deveria representar um incidente diplomático entre China e Brasil, apesar do embaixador da China ter taxado as falas de Eduardo como “irresponsáveis” e ter ironizado a atitude do político, falando que ele e “seus queridos amigos” contraíram um “vírus mental” ao voltar de Miami — referência à viagem da comitiva presidencial aos Estados Unidos, neste mês.

    “As vidas das pessoas devem vir em primeiro lugar, não os interesses do Estado. Não desejamos problemas com a China e certamente, o país asiático também não busca conflitos com o Brasil. Não creio que um tweet isolado de um parlamentar levantando questionamentos sobre a conduta de um governo estrangeiro tenha condão para tanto, visto que a discussão de pautas globais é prática normal na comunidade internacional, servindo para aperfeiçoamento de políticas de governo ao redor do mundo”, escreveu.

    Conselho de Ética

    Mais cedo nessa quinta, o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) decidiu levar Eduardo ao Conselho de Ética da Câmara Federal pelas críticas à China.

    Calero afirmou à CNN Brasil que o político teve uma “postura irresponsável que pode prejudicar bastante a relação com a China, maior parceiro comercial do Brasil”.

    Araújo critica embaixador

    Também nessa quinta, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou o embaixador da China no Brasil por ter retuitado em sua conta o comentário de um seguidor que chamava a família Bolsonaro de veneno, antes de dizer que as posições de Eduardo não refletem as do governo brasileiro.

    Em uma nota divulgada em sua conta no Twitter, Araújo concentra o texto em críticas aos chineses.

    “As críticas do deputado Eduardo Bolsonaro à China, feitas também em postagens ontem à noite, não refletem a posição do governo brasileiro. Cabe lembrar, entretanto, que em nenhum momento ele ofendeu o chefe de Estado chinês. A reação do embaixador foi, assim, desproporcional e feriu a boa prática diplomática”, escreveu Araújo.