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    Economistas debatem riscos da fala de Lula contra teto de gastos

    Paulo Gala e Paula Magalhães analisaram declarações do presidente eleito e reação do mercado financeiro

    Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master e professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Paula Magalhães, economista-chefe da A.C. Pastore e Associados
    Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master e professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Paula Magalhães, economista-chefe da A.C. Pastore e Associados Reprodução/CNN

    Thiago FélixRenata Souzada CNN

    em São Paulo

    O economista-chefe do banco Master e professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), Paulo Gala, e a economista-chefe da A.C. Pastore Associados, Paula Magalhães, debateram nesta quinta-feira (10) à CNN os riscos da fala do presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionando os benefícios do teto de gastos.

    Tendo as incertezas econômicas do novo governo federal como um dos fatores, o Ibovespa atuava em queda na tarde desta quinta-feira.

    “A gente tem essa pressão fiscal faz um tempo, essa questão de equalizar a responsabilidade fiscal com responsabilidade social não são incompatíveis, é possível. E existia uma expectativa de que o governo eleito fosse fazer isso e não simplesmente abandonar a responsabilidade em prol da questão social”, avaliou Paula sobre a reação do mercado.

    Para Gala, por outro lado, as movimentações do petista até o momento não demonstram possibilidade de abandono da responsabilidade fiscal.

    “O anúncio do time de transição, com os quatro nomes que foram colocados, com dois ex-banqueiros, Pérsio Arida e André Lara Resende, e também de dois economistas ligados ao PT, que são o ex-ministro Nelson Barbosa e o Guilherme Mello, já mostram que o Lula tem, sim, uma preocupação com responsabilidade fiscal e com a questão fiscal”, defendeu.

    As declarações de Lula foram dadas durante sua primeira visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, sede da equipe de transição.

    O grupo em torno do presidente eleito tem discutido o texto final para uma provável Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que viabilize as promessas de campanha do petista.

    Sobre a PEC, Paula analisou que “existe uma vontade de se solucionar essa questão do arcabouço fiscal. Claro, a gente sabe que vai ter uma PEC de Transição, se for de R$ 100 bilhões, 150 bilhões, acho que não haverá muito problema com o mercado. Acima disso já começa a ficar complicado”.

    Já Gala reiterou a importância dos investimentos públicos como mecanismo de crescimento do país.

    “Sem investimento não há crescimento econômico, sem crescimento econômico não há arrecadação tributária. Então, a própria dinâmica de contas públicas depende muito do investimento. Se o PIB volta, se o PIB cresce, se a economia volta a se expandir, o governo arrecada mais e o gasto público, inclusive, diminui”, afirmou.

    *Assista à íntegra da entrevista no vídeo acima.