É uma estratégia ardilosa do governo tentar instaurar outras CPIs, diz Randolfe
Requerimento para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias contra o MEC já conta com 26 das 27 assinaturas necessárias
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou, nesta quinta-feira (7), em entrevista à CNN, que é uma estratégia ardilosa dos parlamentares governistas que tentam abrir Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) paralelas, para evitar a criação uma nova CPI para investigar denúncias de irregularidades no Ministério da Educação (MEC), cujo requerimento já tem 26 das 27 assinaturas necessárias.
Segundo senadores aliados ao presidente Jair Bolsonaro(PL) ouvidos pela CNN, o objetivo seria apurar o alto número de obras inacabadas de infraestrutura escolar na gestão passada. Dessa maneira, esvaziaria a investigação do atual MEC, caso realmente seja concretizada.
“Agora, obviamente, hoje o governo está bem mais profissionalizado. Não podia ser diferente, né? É um governo que não é mais o governo de Jair Bolsonaro. É o governo do centrão. E eles estão atuando com muito profissionalismo. Senão por exemplo você acabou de destacar uma estratégia nova que está sendo utilizada que é essa de procurar instalar CPI fakes. CPIs diferentes com o objetivo de obstruir a CPI que tem”, afirmou Randolfe.
“Não posso deixar de destacar que é uma estratégia ardilosa da parte do governo, não sei se terá muita eficácia porque o Supremo Tribunal Federal também já tem jurisprudência consagrada que CPI aí é direito e minoria não importa qual seja o número, conseguidos os pré-requisitos a comissão será instaurada”, continuou o senador.
De acordo com o regimento interno do Senado Federal, um parlamentar só pode participar de duas comissões ao mesmo tempo: uma como titular e outra como suplente. No momento, já existe uma CPI instalada sobre o acidente da Chapecoense.
Os governistas ainda tentam convencer os senadores que já assinaram ao requerimento para retirarem seus nomes. Durante a sessão desta quinta-feira, a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), inclusive, alegou ter tido a assinatura fraudada entre as 26 que apoiam o inquérito contra o governo. Entretanto, seu nome não constava nas listas divulgas à imprensa pela assessoria de Randolfe, que lidera a busca por apoio à Comissão.
(*Com informações de Tainá Farfan e Gabriela Vinhal, da CNN)