É uma coisa que eu não gostaria de polemizar, diz Alcolumbre sobre denúncia
Presidente do Senado afirmou que "quer ficar na política" e defendeu o direito a ampla defesa


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quarta-feira (19) que não quer fazer uma fala que venha a “polemizar” a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira (18).
“Isso [a denúncia] é uma coisa que eu não gostaria de polemizar, fazendo mais uma fala que venha a levar o tom de que a gente exerça na política o papel que não nos cabe. Então eu quero ficar na política”, afirmou o senador em conversa com jornalistas.
Alcolumbre defendeu ainda que, no entendimento dele, “todo cidadão tem o direito da ampla defesa e do direito ao contraditório, para que possa provar sua inocência no decorrer no processo”.
De acordo com o presidente do Senado, é fundamental que se separe “as questões políticas das questões jurídicas”.
“O que cabe a mim, como senador da República, presidente do Senado e chefe de um Poder, é não politizar mais uma questão jurídica, não polemizar mais, porque o nosso país não precisa mais desses embates de radicalismo, nem de um lado, nem de outro”, afirmou.
O senador disse ainda confiar que o judiciário tratará “dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira e pelas leis”.
Jair Bolsonaro foi denunciado pela PGR, na última terça-feira (18), por envolvimento em uma suposta trama golpista, investigada e apontada pela Polícia Federal.
Próximos passos
Assinada por Gonet, a denúncia foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do caso na Corte.
Com a apresentação da denúncia, os advogados de Bolsonaro tem um prazo de 15 dias para apresentarem defesa e eventuais contestações. Se assim houver, o ministro abrirá vista à PGR para responder aos questionamentos em até cinco dias.
A seguir, a denúncia volta ao STF e Moraes avaliará a acusação e os argumentos da defesa. Não há prazo para a análise.
Quando o caso estiver apto para julgamento, o ministro liberará a denúncia para análise da Primeira Turma do STF, que julgará o caso e decidirá se transformará os 34 denunciados em réus ou não.
Se a denúncia for aceita, será aberta uma ação penal, com a coleta de provas e depoimentos de defesa e acusação.