É preciso mais elementos para CPI ouvir Ricardo Barros, diz Rogério Carvalho
Em depoimento, o deputado Luis Miranda afirmou que o nome citado pelo presidente Bolsonaro em um suposto 'rolo' na aquisição de vacina é o de Barros
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Pandemia, afirmou, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (5), que a comissão deve esperar mais elementos para ouvir o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
Em depoimento à CPI da Pandemia no último dia 25, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o nome citado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um suposto “rolo” na aquisição da vacina Covaxin é o de Barros.
“É preciso que a gente tenha elementos sobre as denúncias que foram feitas contra o líder do governo Ricardo Barros. A gente precisa ouvir Regina Célia, Roberto Dias e, talvez, ouvir novamente o deputado Luis Miranda. É preciso que tenhamos elementos com bastante substrato e força para fazer a audiência com Ricardo Barros. Ele vai ter o momento dele para falar, mas a CPI vai definir qual é o melhor momento a partir das informações que forem colhidas a partir de documentos e depoimentos que estão agendados”, disse Carvalho.
Barros protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (2) um mandado de segurança solicitando o agendamento do seu depoimento na CPI da Pandemia. O líder do governo na Câmara seria ouvido na próxima quinta-feira (8), mas uma alteração na data da oitiva levou o deputado à solicitação para ser ouvido “o quanto antes”.
A CPI da Pandemia terá pelo menos três oitivas nesta semana. Na terça-feira (6), será ouvida a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira. Na quarta (7), será a vez de Roberto Dias, servidor exonerado da pasta. Por fim, na quinta (8), fala Francieli Fontana, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
CPI para a sociedade
Na avaliação do senador petista, a CPI da Pandemia está dando uma “explicação clara e articulada” à população brasileira sobre os motivos que levaram o país ter tantas mortes em decorrência da Covid-19, além de mostrar o que levou o governo federal agir da forma que agiu.
“O governo não agiu só negando que tinha uma pandemia, o governo agiu de uma determinada maneira expondo a população ao contágio natural. Com isso, surgiram novas cepas e novas ondas pandêmicas”, avaliou Carvalho.
Para o senador, a comissão também tem mostrado aos brasileiros sobre a situação da compra de vacinas feita pelo Executivo.
“O que poderia ter sido feito sem intermediação e com custo mais baixo só foi feito depois que houve intermediação, que caracteriza algum tipo de ilícito que tem que ser apurado. Os indícios apontam para uma estratégia de comprar com intermediação para alguém tirar vantagem, e a CPI tem mostrado isso para a sociedade.”
