“É cruel para o feto, um feticídio”, diz presidente do CFM sobre assistolia fetal após encontro com Alexandre de Moraes
Decisão do ministro suspendeu resolução do Conselho que proibia o procedimento
Dois dias após se posicionar contrário ao procedimento abortivo conhecido como assistolia fetal no Senado, o presidente do Conselho de Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) reforçar o posicionamento.
O presidente do CFM se encontrou o ministro Alexandre de Moraes nesta quarta-feira (19) e, na saída, falou com jornalistas.“O procedimento da assistolia fetal é cruel para o feto. Nós viemos explicar para ele [Moraes] como é essa técnica. Essa técnica é feticídio”, afirmou José.
A agenda foi solicitada pelo CFM para discutir uma decisão do ministro de maio, que suspendeu uma resolução do Conselho que proibia a assistolia fetal. O procedimento médico consiste na injeção de substâncias no feto, que levam o coração a parar de bater, antes da interrupção da gravidez.
O procedimento é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a realização abortos em que a idade gestacional passa de 22 semanas.Foi a decisão do ministro que levou a bancada evangélica a buscar a aprovação do Projeto de Lei 1904/24, que vem sendo chamado de Lei Antiaborto.
O projeto visa equipar a pena para quem cometer aborto após 22 semanas a mesma quando se trata de crime de homicídio, o que incluiria casos de estupro.
Gallo já havia manifestado sua posição durante audiência no Senado na última segunda-feira (17). O encontro, organizado pelo Senador Eduardo Girão (Novo-CE), contou com uma dramatização de uma contadora de histórias que irritou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.