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    Doria: Vamos esperar 48 horas por recuo do governo federal sobre Coronavac

    Governador de São Paulo defendeu busca por 'as vacinas', no plural, e disse que só a imunização pode devolver a normalidade e retomada da economia

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21), durante coletiva realizada em Brasília, que aguardará até sexta-feira um possível recuo do governo federal a respeito da vacina Coronavac.

    Caso o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não restabeleça o acordo para a compra de 46 milhões de doses do imunizante, diz Doria, ele e os demais governadores de estados adotarão as medidas necessárias para garantir o fornecimento da vacina, testada pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

    “Vamos esperar 48 horas. Se até sexta-feira, não houver nenhuma medida de recuo por parte do governo federal para fazer o que deve fazer, apoiar as vacinas, inclusive a do Butantan, nós sabemos quais medidas poderão ser adotadas. Seja por São Paulo, seja pelos governadores, que estão entristecidos, para não dizer frustrados”, disse.

    João Doria afirmou que os governadores estão “entristecidos, para não dizer frustrados” e afirmou que Bolsonaro desrespeitou o Pacto Federativo, a divisão de poder entre União, estados e municípios, ao desautorizar a reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e representantes de 24 estados.

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    “O presidente desvalidou uma reunião do ministro da saúde com 24 governadores. Além de desautorizar o seu ministro da Saúde, ele desautorizou o pacto federativo. Todos os governadores querem a vacina, para salvar a população dos seus estados”, disse Doria à imprensa.

    Para o governador paulista, o Brasil deve buscar “as vacinas”, no plural, para poder imunizar o maior número de pessoas.

    “Com a vacina, salvamos vidas, controlamos o coronavírus, a pandemia, e voltaremos à normalidade da economia, da geração de empregos e da geração de renda”, disse João Doria.

    Além da Coronavac, o país já tem entendimentos com a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca, em cerca de 100 milhões de doses, e com o Covax, consórcio das Nações Unidas que projeta vacinas para 10% da população brasileira até 2022.

    Caso se confirme a tendência de vacinação em duas doses, os imunizantes de Oxford, que viria ao longo de alguns meses, poderiam imunizar cerca de 50 milhões de pessoas, com mais cerca de 21 milhões via Covax. Segundo o último número do IBGE, o Brasil tem uma população de mais de 212 milhões de pessoas.

    Até o momento, todas as vacinas produzidas estão em fase de testes, incluídas a Coronavac e a de Oxford. Concluídas todas as etapas, será necessária ainda a análise dos documentos apresentados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que um imunizante possa ser aplicado no país.

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