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    Doria fala em ‘bandeira de paz’ após reunião entre Bolsonaro e governadores

    Governador e presidente tiveram atritos públicos durante a pandemia de Covid-19. Hoje, Doria disse que a reunião foi “histórica, porque reverteu expectativas"

    Da CNN, em São Paulo

    O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse à CNN nesta quinta-feira (21) que a reunião por videoconferência entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores na manhã de hoje foi “histórica, porque reverteu expectativas”. Segundo ele, não houve nenhum tipo de ataque e nem de antagonismo, refletindo até no Ibovespa, que fechou em alta de 2,1%.

    Doria disse ainda que, por parte dos governadores, a paz nunca tinha sido rompida.

    “Apenas sempre defendemos o isolamento social e a obediência à ciência, saúde e medicina. A reunião foi tão construtiva e harmônica que posso afirmar que hoje temos uma bandeira de paz, e espero que continue por um longo período”, afirmou.

    As declarações de Doria à CNN vêm depois de semanas de atritos públicos entre o governador e o presidente sobre a forma de enfrentar a pandemia de Covid-19. Doria sempre defendeu o isolamento social e fez duras críticas às declarações de Bolsonaro em sentido contrário. O presidente, por sua vez, chegou a pedir que empresários lutassem contra Doria.

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    O encontro via vídeo tratou sobre o projeto de socorro do governo federal aos estados e municípios durante a pandemia do novo coronavírus. O presidente também pediu apoio dos governadores para vetar o trecho da proposta que permite reajustes a parte do funcionalismo público.

    O projeto original de ajuda a entes federativos previa uma complementação da arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ou seja, aquilo que os estados deixassem de arrecadar de ICMS em relação ao ano anterior seria suplementado pelo governo federal.

    No entanto, houve mudanças, e estados grandes perderam dinheiro em relação ao que deveria ser repassado segundo o projeto original.

    Mesmo sendo governador de um dos estados que perdeu com a alteração da proposta, o governador disse apoiar a medida que deverá, segundo ele, ser sancionada pelo presidente entre hoje e amanhã, pois tem uma “visão republicana e nacional”. Doria disse que, ao invés de antagonizar, adiar ou postergar a decisão, trabalhou positivamente para que ela pudesse ser votada, aprovada e sancionada pelo presidente Bolsonaro.

    “Tivemos [São Paulo] uma perda, sim. Vamos recompor trabalhando com a competência do Henrique Meirelles [secretário estadual da Fazenda e Planejamento de SP], ao lado de outros representantes, para recuperar esses recursos”, disse. 

    Segundo o governador, São Paulo será beneficiado com R$ 7,5 bilhões dos R$ 60 bilhões liberados pelo projeto como socorro financeiro a estados e municípios. A perda do estado foi de R$ 4 bilhões em relação ao projeto original apresentado pela Câmara. 

    Cloroquina

    Doria também falou sobre a mudança no protocolo do Ministério da Saúde para o uso da cloroquina, permitindo a medicação no tratamento de casos leves de Covid-19, apesar da falta de comprovação da eficácia da substância no combate à doença.

    O governador afirmou que o Comitê de Saúde do governo de São Paulo colocou claramente a sua posição em não institucionalizar o uso e a venda da cloroquina pela razão que, mesmo não sendo médico, sabe que não há nenhuma indicação plena da medicina e da ciência a respeito dos efeitos positivos sem os efeitos colaterais.

    “Não vamos recomendar seu uso e aplicação por decreto. Não somos contra a existência da cloroquina, apenas o uso indiscriminado da medicação não será feito em São Paulo”, disse.