Distanciamento de Pacheco e Lira enfraqueceu o Legislativo, diz Alcolumbre
Presidente eleito do Senado defendeu retomada de comissões mistas e fortalecimento do Congresso
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Recém-eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) afirmou neste sábado (1°) que o “distanciamento” entre o comando da Casa, sob a tutela de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, com Arthur Lira (PP-AL), “enfraqueceu” o Legislativo nos últimos anos.
“Esse distanciamento que todo mundo sabe que há, que havia, entre o presidente Rodrigo e o presidente Arthur, de certo modo, enfraqueceu o Poder Legislativo, e eu não estou criticando nem o Arthur nem o Rodrigo, estou fazendo uma constatação que todos nós sabemos”, disse em declaração a jornalistas.
Segundo ele, a “falta de comunicação” entre os dois presidentes contribuiu para dividir o Congresso.
Sobre a mudança nas relações entre as duas Casas, Alcolumbre defendeu a retomada das comissões mistas para analisar medidas provisórias. Os colegiados foram alvo de divergências nos últimos anos.
A retomada das comissões mistas seria, segundo Alcolumbre, “restabelecer curso natural das coisas”.
Alcolumbre também defendeu o fortalecimento do Legislativo e declarou que vai “estar aberto para conversar com todos os Poderes públicos e trabalhará incansavelmente pela harmonia”. Disse, no entanto, que defendenderá a “independência e autonomia do Poder Legislativo”.
Em relação às pautas prioritárias do governo, disse que o Executivo terá a agenda “totalmente respeitada”, mas os congressistas farão contribuições.
O senador também criticou a “polarização” e cobrou união para avançar com a agenda legislativa. Segundo ele, o Congresso Nacional não pode se furtar de debater ou ter preconceito com qualquer assunto.
Com apoio de quase todas as bancadas, ele foi eleito, nesta tarde, com 73 votos – foi o terceiro presidente do Senado mais votado desde a redemocratização.
No início da declaração à imprensa, Alcolumbre fez longo elogio e agradecimento a Pacheco, que deixou o comando da Casa depois de quatro anos. Afirmou que o agora ex-presidente é “um dos homens públicos mais preparados do Brasil”.