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    Retrospectiva 2022

    Disputas com viradas e surpresas: 7 gráficos explicam como foram as eleições 2022

    Da Presidência ao Congresso, pleito foi marcado por resultados surpreendentes e reviravoltas; confira sete gráficos que contam a história das eleições de 2022

    Danilo MoliternoDaniel Reisda CNN

    As eleições de 2022 protagonizaram viradas e surpresas, da disputa ao Planalto decidida no segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) à votação ao Congresso, onde o PL conquistou a maioria no Senado e na Câmara.

    Na corrida à Presidência da República, Lula derrotou Bolsonaro – primeiro a tentar e não conseguir se reeleger à Presidência –, conquistando seu terceiro mandato à frente do Executivo Federal. Para vencer o atual presidente, o Partido dos Trabalhadores teve de “virar” estados em que seu então candidato, Fernando Haddad (PT), havia sido derrotado em 2018.

    Agora presidente eleito, Lula liderou as eleições de 2022 no Amapá, Amazonas, Minas Gerais e Tocantins, estados em que Bolsonaro havia sido o candidato mais votado em 2018.

    O pleito foi marcado também por desfechos que terminaram bem diferentes em relação às pesquisas de intenção de voto, como aconteceu com a eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do estado de São Paulo.

    O ex-ministro da Infraestrutura disputava sua primeira corrida eleitoral, concorrendo com nomes que já ocuparam cargos executivos na política paulista, e conseguiu pôr fim à hegemonia do PSDB no governo do estado, que perdurava por 27 anos.

    A CNN apresenta as eleições de 2022, marcadas por viradas e surpresas, em sete gráficos que contam a história do pleito.

    2022: ano das viradas

    Desde a redemocratização do país (1985), o presidenciável que venceu as eleições em Minas Gerais e no Amazonas chegaram ao Executivo federal. Bolsonaro havia liderado a votação nestes estados em 2018, quando foi eleito em disputa com Haddad. No entanto, em 2022 Lula venceu em ambos e voltou à Presidência.

    No caso mineiro, a tradição ficou próxima de ser quebrada. Bolsonaro liderou a disputa no estado durante a maior parte da apuração do segundo turno. Após a totalização dos votos, Lula conquistou 50,2% dos votos válidos contra 40,8% do candidato à reeleição – a votação mais apertada entre os 26 estados do país.

    No Amapá e Tocantins, o petista também foi o mais votado, “virando” o resultado de 2018, quando Bolsonaro teve a maioria dos votos nesses estados.

    Veja abaixo o resultado das eleições presidenciais em cada estado de 1989 a 2022 (1º turno):

    Além dos dois estados, Lula também “virou” cinco capitais brasileiras. Porto Alegre, São Paulo, Belém, João Pessoa e Natal elegeram Bolsonaro em 2018 e escolheram Lula em 2022.

    Em João Pessoa, o presidente eleito conquistou 229.251 dos votos, contra 228.326 do à época candidato à reeleição, – a menor diferença entre eles em um estado, de 925 votos.

    Veja abaixo o resultado das eleições em cada município brasileiro:

    Mas as viradas não ficaram somente por conta somente do petista. Bolsonaro conseguiu vencer em um estado que havia perdido no primeiro turno e em diversos municípios. Com isso, diminuiu a distância para Lula de 6,2 milhões de votos para 2,1 milhões de votos num intervalo de quatro semanas.

    O presidente venceu a eleição no Amapá no dia 30 de outubro — estado onde havia sido derrotado em 2 de outubro.

    Compare o resultado das eleições por estado entre o primeiro e o segundo turno de 2022:

    As eleições também registraram viradas em suas disputas estaduais. Quatro dos governadores que foram eleitos haviam terminado o primeiro turno como o segundo mais votado.

    No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) foi eleito com 57,12% dos votos válidos contra 42,88% dos votos para o adversário Onyx Lorenzoni (PL). O tucano reverteu o resultado do primeiro turno, quando o ex-ministro obteve 37,50% dos votos válidos e ele, 26,81%.

    Ao vencer o ex-ministro, Leite tornou-se o primeiro a conquistar a reeleição ao Executivo gaúcho. Ele renunciou ao governo em momento que era ventilado como candidato à Presidência, apesar de ter sido derrotado nas prévias do PSDB.

    O caso se repetiu em Pernambuco, com a eleição de Raquel Lyra (PSDB); no Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel (PSDB); e em Sergipe, com Fábio Mitidieri (PSD).

    Confira todos os governadores que “viraram o jogo” desde a redemocratização:

    2022: ano de surpresas

    Parte das disputas por governos estaduais tiveram desfechos que podem ser classificados como surpreendentes. Houve unidades federativas em que o candidato eleito iniciou a corrida eleitoral atrás de seus concorrentes segundo as pesquisas de intenções de voto.

    Em São Paulo, por exemplo, Tarcísio de Freitas disputava o Executivo diante do ex-prefeito da capital Fernando Haddad e do governador Rodrigo Garcia (PSDB). O ex-ministro da Infraestrutura terminou o primeiro turno do pleito à frente de seus concorrentes, com 42% dos votos válidos. Ele foi eleito com 55% dos votos no segundo turno.

    A situação foi parecida em parte dos estados do Nordeste. Em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) iniciou a corrida atrás de Marília Arraes (Solidariedade) e com intenções de votos próximas a nomes como Danilo Cabral (PSB), que tinha o apoio do governador Paulo Câmara (PSB) e de Lula. Mesmo assim, a tucana foi eleita em segundo turno, com 58% dos votos válidos.

    No Ceará, Elmano de Freitas (PT) só entrou na disputa após cisão de parceria histórica entre PDT e PT no estado e apareceu atrás nas intenções de voto durante parte da campanha, mas acabou eleito em primeiro turno.

    Na Bahia, o também petista Jerônimo Rodrigues iniciou a corrida atrás do ACM Neto (União Brasil), segundo as principais pesquisas de intenção de voto, e acabou eleito em segundo turno.

    Confira como ficou o comando dos estados brasileiros, por partido:

    As surpresas das eleições de 2022 não ficaram por conta apenas das disputas por cargos do Poder Executivo. O pleito para o Congresso Nacional também apresentou uma série de ineditismos, tanto para o Senado Federal quanto para a Câmara dos Deputados.

    A eleição de 2022, por exemplo, deixou o MDB sem a maior bancada no Senado Federal pela primeira vez na história desde a redemocratização. O PL, de Bolsonaro, elegeu oito senadores e terá mais 13 parlamentares na Casa Alta a partir de 2023.

    Veja a evolução dos partidos no Senado desde 1990:

    Além de conquistar a maior bancada do Senado, o PL de Bolsonaro terá também a maior bancada da Câmara dos Deputados.

    Veja a evolução dos partidos na Câmara desde 1990:

    Outro ineditismo chama a atenção na composição eleita para a Câmara. Houve recorde de mulheres e negros eleitos para a Casa Baixa: 135 pretos ou pardos e 91 mulheres conquistaram cadeiras.

    Além disso, pela primeira vez na história, cinco indígenas ocuparão cadeiras na Câmara: Sônia Guajajara (PSOL-SP), Juliana Cardoso (PT-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Paulo Guedes (PT-MG) e Silvia Waiãpi (PL-AP).

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