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    Discussão sobre voto impresso foi interditada e desvirtuada, diz Aécio Neves

    O deputado federal foi a única abstenção na votação da PEC do voto impresso na última terça-feira (10)

    Douglas Porto, da CNN, em São Paulo

    O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quinta-feira (12), em entrevista à CNN Brasil, que a discussão em torno da Proposta de Emenda à Constituição 135/19, conhecida como PEC do voto impresso, foi interditada e desvirtuada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que era favorável a medida.

    Aécio foi o único que se absteve de votar na última terça-feira (10) em sessão na Câmara dos Deputados. Foram 229 votos favoráveis, contra 218 contrários, mas mesmo com o placar favorável, a medida não alcançou os dois terços suficientes para ser aprovada.

    “Essa discussão foi interditada e desvirtuada. Porque o presidente da República transformou isso num ativo político. Impediu que tantas pessoas de bem do Brasil pudessem discutir efetivamente. Vamos ficar para sempre com essa urna de primeira geração ou vamos aprimorá-la? Como fez o mundo inteiro? O mundo democrático que utilizar a urna eletrônica busca um tipo de comprovação. Para que a população acredite que ela é mais confiável”, disse Aécio.

    O ex-governador de Minas Gerais afirmou que tem “oposição clara ao voto impresso”. Sobre sua ausência, justificou que “é uma demonstração clara de que eu não preciso me aliar àqueles que acham que apenas a posição do presidente Bolsonaro a favor do impresso modifique posições históricas nossas. Eu, desde 2015, como todo meu partido votamos a favor do aprimoramento das urnas eletrônicas.”

    Eleições em 2022

    Aécio ainda disse que não sabe se vai “estar na ativa a partir de 2022”. Ele foi candidato à presidência da República em 2014 e foi derrotado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no segundo turno.

    Sobre às eleições presidenciais e a intensa disputa dentro do PSDB, o deputado federal se colocou a favor do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e do senador do Ceará Tasso Jereissati.

    Em nenhum momento ele citou o governador de São Paulo, João Doria, que se coloca como um dos nomes dentro da disputa ao Palácio do Planalto dentro do partido.

    Os dois já haviam tido um embate, quando Aécio disse também em entrevista à CNN Brasil que a candidatura de “terceira via” para a corrida presidencial de 2022 não precisaria, necessariamente, ser encabeçada pelo PSDB. O deputado ainda disse que o nome de  Doria poderia levar o PSDB “ao isolamento absoluto” e explicou que teme que a legenda se transforme em “partido nanico”.

    Doria rebateu afirmando que o PSDB terá, sim, um candidato à Presidência da República em 2022. “O fracasso subiu à cabeça de Aécio Neves. Aécio não gosta de eleição, gosta de conchavão, que foi o que ele fez com o governo Jair Bolsonaro, votando em Arthur Lira e mobilizando alguns deputados do PSDB para apoiar Lira”, afirmou Doria, relembrando o apoio do ex-governador de Minas Gerais à eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara.

    Aécio Neves
    Aécio Neves discorda sobre voto impresso e diz que votação foi interditada e desvirtuada pelo presidente Jair Bolsonaro
    Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

     

     

     

     

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