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    Discurso de Lula prega reintegração e marca reingresso de Brasil na Celac

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recordou quando Brasil sediou a primeira reunião da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e falou sobre a importância da integração regional

    Tainá FalcãoFernanda Pinottida CNN

    A primeira visita internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao exterior foi marcada por simbolismos, dentre eles o retorno do Brasil à Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

    Em seu discurso na abertura da 7ª Cúpula, em Buenos Aires, na Argentina, nesta terça (24), Lula voltou a falar sobre a importância da integração entre países sul-americanos e recordou quando Brasil sediou a primeira reunião da Cúpula, na Costa do Sauípe, na Bahia, em 2008.

    “O Brasil regressa à Celac com a sensação que se reencontra consigo mesmo”, disse Lula.

    A Celac é um bloco regional composto por 33 países, que busca a promoção do diálogo político, da concertação e da cooperação regional para o desenvolvimento.

    Lula também disse que o Brasil volta a pensar no futuro, “com a certeza que estaremos associados aos vizinhos do Mercosul, Unasul e Celac”. É a segunda vez que o presidente fala sobre o desejo de retomar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

    “Há uma clara contribuição a ser dada pela região para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade.”

    Ele também destacou a importância do diálogo com consórcios extrarregionais, como a União Europeia, China, Índia, ASEAN e “muito especialmente” a União Africana.

    Lula disse que as diversas crises internacionais demonstram o valor da integração global. “Essa integração será feita em melhores termos se estivermos bem integrados em nossa região.”

    O presidente brasileiro também fez menção ao antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que rompeu com a cúpula por divergências ideológicas com Cuba e Venezuela. A decisão foi chamada de ‘lamentável’ por Lula, que não citou o nome do adversário político.

    A gestão de Bolsonaro também optou pelo distanciamento com governo argentino. O ex-presidente não visitou o país depois que Alberto Fernández assumiu poder no lugar de Maurício Macri.

    “Não queremos importar para a região rivalidades e problemas particulares.”, disse.

    A fala também mencionou os atos golpistas de 8 de janeiro e agradeceu apoio de países aliados em manifestações de solidariedade.

    “Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília.”, disse.

    “Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima”, falou Lula aos representantes dos países latino-americanos e caribenhos.

    Na tarde desta terça, Lula tem agenda marcada com o líder de Cuba, Miguel Diáz-Canel, ainda no contexto da cúpula.

    O presidente também se encontraria com Nicolás Maduro, da Venezuela, que, no entanto, cancelou sua ida à Celac.

    Outra reunião prevista seria com Cristina Kirchner, vice-presidente argentina, mas o encontro foi adiado por conta da dificuldade de alinhar as agendas dos dois líderes.

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