Diretora da Precisa preferiu silêncio na CPI por receio de confronto
Temor da Precisa era de que ela pudesse cair em provocações dos senadores e perder a cabeça diante das câmeras
Os últimos dias de Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos, foram reservados para juntar documentos, e-mails, metadados e perícias a fim de comprovar que o contrato da vacina Covaxin foi firmado dentro da legalidade. Emanuela também contou com sessões de media training, uma espécie de ensaio para o que viria na sessão da CPI da Pandemia.
E foi durante essas sessões que o perfil considerado combativo e temperamental de Emanuela se sobressaiu. As respostas atravessadas e a expressão corporal durante o treinamento conduzido por profissionais preocupou a defesa da Precisa, que recomendou a Emanuela a estratégia do silêncio. O temor era de que ela pudesse cair em provocações e perder a cabeça diante das câmeras.
A defesa não tinha certeza de como Emanuela reagiria diante de perguntas constrangedoras e acusatórias, além das interrupções frequentes em respostas que não agradam o inquiridor. Houve a percepção de que ela poderia partir para o confronto direto com os senadores.
A CNN apurou que a intenção inicial era desconstruir a narrativa de que houve irregularidade no contrato da Covaxin e rebater a versão apresentada pelos irmãos Miranda de que a primeira invoice foi apresentada no dia 18/03.
Mas, por enquanto, os senadores só assistiram ao silêncio de uma personagem que participou pessoalmente das tratativas da vacina que entrou na mira da CPI. Sem respostas, o presidente da CPI, Omar Aziz, suspendeu a sessão e acionou o Supremo Tribunal Federal.