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    Diretor da OMS defende Brasil como fornecedor de vacinas contra a dengue

    Tedros Adhanom afirmou que surto da doença não se restringe ao território brasileiro: "É uma emergência global"

    Mariana Albuquerqueda CNN , Brasília

    O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, defendeu que o Brasil possa ser um fornecedor de vacinas contra a dengue e destacou que o surto atual no país está inserido em um aumento de registros da doença em todo mundo.

    “A OMS também está colaborando com o Instituto Butantan para explorar novas oportunidades de acelerar a produção local de novas vacinas avançadas aqui no Brasil. O bom é que nós temos a vacina e ela pode ser usada como ferramenta. Mas o Brasil tem muita capacidade de produzir vacinas, não só a da dengue”, afirmou.

    Em 2023, o Brasil registrou um aumento de 15,8% nos casos de dengue. Porém, Adhanom reforçou que os números são altos no mundo todo — com exceção da Europa — e que isso é uma “emergência global”.

    “Este surto de dengue atual faz parte de um grande aumento — em escala global — da dengue, com mais de 500 milhões de casos e mais de 5 mil óbitos relatados ano passado em 80 países de todas as regiões do mundo. Com a exceção da região da Europa, todas as regiões são afetadas pelo surto da dengue neste momento. Então, é uma emergência global”, disse o diretor da OMS.

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade também comentou sobre a campanha de vacinação contra dengue, prevista para começar na sexta-feira (9) no Distrito Federal. Ela destacou a importância das ações preventivas.

    “Agora temos que olhar essa vacina de forma diferente de outras vacinas. A mensagem agora é de controle dos vetores e focos”, disse.

    Nísia afirmou que o governo ainda aguarda a chegada de novas doses da vacina da dengue para iniciar a vacinação em outras unidades da federação. Mais 568 mil doses estão previstas para chegar ao Brasil ainda este mês.

    “Em relação à vacina, estaremos divulgando um calendário em breve porque ainda não recebemos todas as doses”, disse a ministra. “Certamente é para começar logo, mas sempre com aquele lembrete: estamos muito conscientes da importância que o Brasil tem tido com a produção da vacina da dengue e estamos voltados para ampliar a oferta da vacina da Takeda”.

    Programa Brasil Saudável

    As declarações foram feitas durante o evento de lançamento do Programa Brasil Saudável, nesta quarta-feira (7). O objetivo da ação é eliminar ou reduzir 14 doenças e infecções que acometem as populações em situação de maior vulnerabilidade social.

    Doenças como malária, Chagas, tracoma, filariose linfática, esquistossomose, oncocercose, geo-helmintíase, sífilis, hepatite B, HIV e HTLV são alvos do programa.

    Entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente – como são chamadas – foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. Segundo o próprio Ministério da Saúde, a meta é que a maioria das doenças sejam eliminadas como problema de saúde pública.

    O diretor da OMS destacou a importância de um projeto que alcance as pessoas além das desigualdades sociais. “Entregará benefícios de saúde muito além do combate às doenças. Gerará dividendos para além da saúde na forma de redução da pobreza, prosperidade econômica, entre outros”, afirmou Adhanom.

    A expectativa do governo federal é que grupos mais vulneráveis corram menos risco de adoecer e que pessoas atingidas pelas doenças e infecções abrangidas pelo programa possam realizar o tratamento de forma adequada, com menos custo e melhor resultado.

    O programa identificou 175 municípios como prioritários com altas cargas de duas ou mais doenças e infecções determinadas socialmente.

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