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    Diplomatas brasileiros veem papel-chave do Catar em mediação com Hamas, dizem fontes

    Na avaliação de fontes do Itamaraty, país árabe também pode desempenhar função ativa nas discussões para um cessar-fogo e para a criação de um corredor humanitário

    Daniel RittnerThais Arbex

    Diplomatas brasileiros atribuem ao Catar um papel-chave em negociações informais para a libertação dos reféns capturados pelo grupo radical islâmico Hamas em Israel.

    Na avaliação de fontes do Itamaraty, o país árabe também pode desempenhar função ativa nas discussões para um cessar-fogo e para a criação de um corredor humanitário capaz de abastecer a população da Faixa de Gaza com mantimentos básicos.

    O ponto, segundo diplomatas experientes ouvidos pela CNN em caráter reservado, é que o Catar tem uma posição privilegiada neste momento, com canais de diálogo abertos tanto com Tel Aviv quanto com o Hamas, além de manter relações fluidas com os Estados Unidos e ostentar um histórico de moderação de conflitos.

    Vídeo — Israel mata líder da força de segurança do Hamas

    O Catar fornece uma espécie de “Bolsa Família” às famílias mais pobres de Gaza. Há uma ajuda mensal de US$ 100 aos palestinos da região. Estima-se que a transferência seja de US$ 30 milhões por ano.

    Embora não mantenha relações diplomáticas com Israel, o governo catari realiza essas operações com o beneplácito de Tel Aviv. Segundo relatos da mídia internacional, os recursos são transferidos eletronicamente até Israel e passam pela fronteira com Gaza em dinheiro vivo, já que os canais financeiros estão obstruídos e boa parte da população civil não é bancarizada.

    Paralelamente, mesmo sem ter firmado um dos acordos de Abraão (que normalizaram relações diplomáticas), como os celebrados por Israel com países como Emirados Árabes Unidos e Bahrein, o Catar recebe milhares de turistas israelenses por ano, que gastam seus dólares em Doha e outros destinos de lazer.

    Uma fonte do Itamaraty com experiência no Oriente Médio lembra que o Catar tem um histórico importante na mediação de conflitos e destaca o papel do país árabe nas tratativas entre Estados Unidos e os talibãs no Afeganistão.

    Enviados do governo americano e do grupo fundamentalista se reuniram diversas vezes em negociações que aconteciam em um escritório informal dos afegãos em Doha.

    Além disso, o Catar já coordenou mediações para a soltura de reféns na Síria, para a libertação de prisioneiros de guerra do Djibuti na Eritreia e para um acordo de paz no Sudão.

    É um dos países convidados pelo Egito para a cúpula emergencial, neste sábado (19), que discutirá a escalada do conflito Israel-Hamas e a criação de um corredor humanitário para Gaza. O Brasil também vai participar.

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