
Dificilmente Bolsonaro sairá do páreo em 2026, avalia Christopher Garman
Diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia elenca os principais reflexos da acusação da PGR contra o ex-presidente
O diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, Christopher Garman, destacou os três principais reflexos da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento numa trama golpista apontada pela Polícia Federal.
Segundo Garman, apesar da possibilidade de condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) e eventual mandado de prisão, é improvável que Bolsonaro seja excluído da disputa eleitoral de 2026.
“Dificilmente o ex-presidente sairá do páreo nas eleições de 2026. A aprovação de Bolsonaro não diminuiu desde a última eleição presidencial e até apresenta leve aumento devido às dificuldades econômicas enfrentadas pelo governo Lula”, disse.
Garman aponta que a base eleitoral de Bolsonaro provavelmente interpretará qualquer denúncia ou condenação como perseguição política. Isso sugere que o capital eleitoral do ex-presidente permanecerá intacto, e qualquer candidato por ele apoiado terá grandes chances de chegar ao segundo turno em 2026.
Outro ponto destacado por Garman é o impacto da situação jurídica na escolha do representante bolsonarista para 2026. “As dificuldades legais aumentam a probabilidade de Bolsonaro optar por alguém de sua extrema confiança, possivelmente um membro de sua família, em detrimento de figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas”, explicou.
Tensões nas relações Brasil-EUA
Por fim, o analista prevê um acirramento nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Garman argumenta que o presidente Donald Trump provavelmente interpretará qualquer denúncia ou condenação contra Bolsonaro como perseguição política.
“Isso pode resultar em novas tarifas contra o Brasil e dificultar negociações para obter concessões ou ressalvas às tarifas já impostas”, concluiu.