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    Diante de queda de braço com Congresso, Barroso promete mais “diálogo” e “harmonia” entre os Poderes

    Em meio a tensão com o Poder Legislativo, Barroso busca pacificação e nega "ativismo judicial"

    Lucas Oliverda CNN , Brasília

    Durante a cerimônia de posse como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso pediu em seu discurso “diálogo” e “harmonia” entre os Poderes. O ministro tomou posse da presidência da Corte em sessão solene nesta quinta-feira (28), em Brasília.

    Em meio ao embate entre Supremo e Congresso, Barroso afirmou em seu discurso na cerimônia que é “necessário que o tribunal atue com os outros Poderes e com a sociedade”, buscando a pacificação na relação entre a Corte e o Congresso.

    “Nada obstante, é imperativo que o tribunal aja com autocontenção e em diálogo com os outros Poderes e a sociedade, como sempre procuramos fazer e pretendo intensificar. Numa democracia não há Poderes hegemônicos. Garantindo a independência de cada um, convivermos em harmonia, parceiros institucionais pelo bem do Brasil”, afirmou Barroso.

    No discurso, o novo presidente disparou diversos sinais para a reaproximação da Corte com o legislativo.

    “Presidente Lira e presidente Pacheco conviveremos em harmonia, somos parceiros institucionais pelo bem do Brasil” disse o presidente.

    Barroso comandará a Suprema Corte em um período de investidas do Legislativo. O mais recente movimento se consolidou em torno do apoio a uma proposta que dá poder ao Congresso para suspender, por maioria qualificada, decisões não unânimes da Corte.

    A oposição no Legislativo pressiona para combater o que chama de “ativismo judicial” e “contínua usurpação de competência pelo Supremo Tribunal Federal”.

    Outros episódios recentes que trouxe nova tensão entre o Legislativo com o Judiciário se deram com as votações no STF sobre validade da contribuição sindical por todos os trabalhadores e descriminalização de drogas para consumo pessoal e do aborto nos três primeiros meses de gestação. Barroso teve atuação central nos três casos

    Segundo relatos feitos à CNN, em conversas com senadores da oposição, Barroso deu sinais de que não pretende levar à pauta do Supremo, por ora, temas polêmicos e caros aos conservadores. Por exemplo: descriminalização de drogas para consumo pessoal e aborto nos três primeiros meses de gestação.

    Em sua posse Barroso chegou a defender o judiciário e rebateu, em seu discurso, as acusações de que a corte está atuando por meio do “ativismo judicial”

    “A Constituição estrutura o Estado, demarca a competência dos Poderes e define os direitos e garantias dos cidadãos. Todas as constituições democráticas fazem isso, inclusive a brasileira. [..]. Incluir uma matéria na Constituição é, em larga medida, retirá-la da política e trazê-la para o direito. Essa é a causa da judicialização ampla da vida no Brasil. Não se trata de ativismo, mas de desenho institucional”, alegou Barroso.

    Nesta sexta-feira (29), o novo presidente irá realizar uma coletiva sobre a sua gestão no Salão Branco do STF.

    Maria Bethânia canta hino nacional em posse de Barroso

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