Diante de resistência a Mendonça, Bolsonaro recebe sugestões para o STF
O presidente reconhece dificuldades para a aprovação de escolhido para a Suprema Corte e já sinaliza mudança, mas tem enfrentado críticas de líderes evangélicos.
Com a forte resistência à aprovação de André Mendonça para o STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem recebido sugestões de indicações para a vaga deixada por Marco Aurélio Mello.
Nos últimos dias, aliados do governo, tanto no Palácio do Planalto como no Congresso Nacional, têm defendido que o presidente trabalhe com uma espécie de Plano B caso a resistência a André Mendonça não diminua.
A sugestão de nomes foi confirmada à CNN por auxiliares presidenciais, senadores governistas e integrantes da Suprema Corte. Segundo eles, Bolsonaro reconhece dificuldades para a aprovação do ex-ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) e já sinalizou disposição de mudança de nome.
Uma alteração, no entanto, enfrenta resistência de líderes evangélicos, para os quais o presidente garantiu que indicaria para o posto um nome “terrivelmente evangélico”.
Nos últimos dias, chegaram ao gabinete presidencial três sugestões de indicações caso a sabatina de André Mendonça siga sem ser marcada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal.
Os dois primeiros são dos ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) Jorge Oliveira e Bruno Dantas. O primeiro é amigo do presidente e chegou a ser cotado para a Suprema Corte, no ano passado, para a vaga de Celso de Mello.
O segundo conta com a simpatia tanto de ministros da Suprema Corte como de senadores governistas e tem ajudado o ministro da Economia, Paulo Guedes, a solucionar, na esfera jurídica, o imbróglio dos precatórios.
A relação de proximidade de Dantas com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), porém, é apontado como um dificultador.
O terceiro nome citado por integrantes do governo é o do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Ivan Sartori. Ele já foi cotado à Suprema Corte e conta com a simpatia dos filhos de Bolsonaro.
O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem resistido a marcar a sabatina de André Mendonça. O nome favorito dele ao posto é o do procurador-geral da República, Augusto Aras, cuja nomeação no Diário Oficial da União, formalizando a recondução para um segundo mandato, ainda não foi publicada pelo presidente.