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    Deputados que negaram destruição de atos em Brasília serão “chamados à responsabilidade”, diz Lira

    Em conversa com repórteres, presidente da Câmara dos Deputados criticou parlamentares "que estão difamando e mentindo dizendo que houve inverdades nas agressões que a Câmara sofreu"

    Léo LopesTeo Curyda CNN , em São Paulo e Brasília

    O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta segunda-feira (16), que serão “chamados à responsabilidade” os deputados que negaram a destruição provocada pelos atos criminosos de invasão às sedes dos Três Poderes no último dia 8 em Brasília.

    O deputado realizou uma entrevista coletiva ao lado do interventor na segurança do Distrito Federal (DF), Ricardo Cappelli, e da governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), após visita ao 6º BPM – próximo à Esplanada dos Ministérios.

    Lira afirmou que “parlamentares que andam difamando e mentindo com vídeos dizendo que houve inverdades nas agressões que a Câmara sofreu serão chamados à responsabilidade porque todos viram as cenas terríveis, violentas e gravíssimas”.

    Ele foi questionado por repórteres no local se estava se referindo ao deputado eleito Abílio Brunini (PL-MT), e respondeu: “Justamente isso.”

    “Eles terão que ser chamados à responsabilidade porque de qualquer maneira é um parlamentar eleito e não pode estar divulgado fatos que não condigam com a realidade”, acrescentou Lira.

    O deputado Brunini gravou um vídeo em suas redes sociais andando pelo Salão Verde e plenário da Câmara relativizando as depredações dos atos criminosos.

    “Você fica assistindo só na internet, parece que tá tudo quebrado em Brasília, mas não é verdade”, afirmou.

    Em publicações posteriores, após ser criticado pelo vídeo, o deputado eleito afirmou que “não foi eleito para agrader a todes”, que “em momento nenhum defende a invasão e destruição” e alegou que “apenas fez um vídeo ao vivo mostrando lugares destruídos e lugares não tão destruídos”.

    O relatório preliminar da Câmara dos Deputados estima um prejuízo de R$ 3.039.100 após a invasão da Casa ocorridos no último dia 8.

    O valor leva em consideração somente a recuperação de equipamentos e objetos que podem ser substituídos ou consertados. Portanto, ainda não considera os valores dos danos a obras de arte destruídas, desaparecidas ou danificadas.

    Investigação de Bolsonaro

    O presidente da Câmara também foi questionado sobre a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações dos atos criminosos em Brasília por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

    “Cada um responde pelo que faz. O meu CPF é um, o do ex-presidente Bolsonaro é outro. Temos que ter calma nesse momento e investigar todos os aspectos”, declarou o deputado.

    “Todos que praticaram e contribuíram para esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos”, acrescentou Lira.

    PGR pede abertura de inquérito contra deputados

    Lira ainda foi questionado sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF pela abertura de um inquérito contra três deputados federais bolsonaristas por terem incentivado os ataques às sedes dos Três Poderes. 

    A ação atinge as deputadas Silvia Waiãpi (PL-AP), Clarissa Tércio (PP-PE) e André Fernandes (PL-CE).

    “A princípio conversei com os três parlamentares. Tenho uma audiência com o [procurador-geral Augusto] Aras às 11h para pedir a punição daqueles que a Polícia Legislativa conseguiu prender e identificar dentro das dependências da Câmara”, disse o presidente.

    “Mas não vi a princípio nos três parlamentares nenhum ato no inquérito que colaborasse. Tem postagem de seis meses anteriores ao fato”, acrescentou.

    Na entrevista coletiva, Lira chegou a citar o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) entre os atingidos pela ação da PGR, mas ele não consta na requisição feita pelo Ministério Público Federal (MPF).

    Segurança na posse de parlamentares

    Lira afirmou que preocupação iminente das autoridades é a cerimônia de posse dos 513 deputados federais e 81 senadores da nova legislatura.

    “Todo planejamento está sendo bem cuidado para que a gente não tenha nenhum tipo de surpresa”, declarou, confirmando que haverá um esquema de segurança diferenciado.

    “Estamos tratando do início dos trabalhos do ano de 2023, a posse dos parlamentares, a eleição das mesas do Congresso Nacional. Temos que ter a clareza de que muitas pessoas vão se deslocar de todos lugares do Brasil para vir a Brasília. É importante que estejamos atentos e com plano de segurança preventivo bastante rígido”, completou.

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