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    Deputados debatem desmatamento nos governos Lula e Bolsonaro

    Em painel promovido pela CNN nesta quinta (16), os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ricardo Salles (PL-SP) discutiram o recorde de desmatamento na Amazônia e no Cerrado no mês de fevereiro

    Thiago FélixJorge Fernando Rodriguesda CNN , em São Paulo

    Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram que, no mês de fevereiro, houve recorde de desmatamento na Amazônia e no Cerrado.

    Segundo os registros do órgão, as áreas em alerta de desmatamento na Amazônia Legal chegaram a 322 km² – um aumento de 62% em relação ao ano passado. É o pior índice para o mês de fevereiro em toda a série histórica, iniciada em 2015.

    No Cerrado, de acordo com o Inpe, a devastação na região subiu 97% em relação aos dados de 2020, atingindo um total de 557 km² de perda de vegetação nativa em fevereiro.

    Em painel promovido pela CNN nesta quinta (16), os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Ricardo Salles (PL-SP) debateram a questão do desmatamento e as abordagens dos governos Lula e Bolsonaro em relação ao tema.

    Para o deputado Chico Alencar, os dados de fevereiro “impactam e preocupam, mas o enfrentamento não é da noite para o dia”.

    “É necessário planejamento, temos que cobrar os governos nacional e estaduais para que se tenha atenção e ingerência. Mas o governo nacional e os estaduais tem só 74 dias de um total de 1460 em que estão mandatados para governar. Nós parlamentares tivemos menos ainda”, declarou.

    Ele apontou que é necessário cobrar o Ministério do Meio Ambiente, e que “é inegável o compromisso da ministra Marina Silva (Rede) com a questão ambiental”, mas criticou medidas deixadas pelo governo antecessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Ele citou, por exemplo, um decreto que, segundo o deputado, afrouxou a fiscalização e diminuiu o número de multas aplicadas – medida que foi revertida por decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    O deputado Ricardo Salles apontou que a “questão não é um decreto de afrouxamento”.

    “Quando entramos em janeiro de 2019, havia um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) dizendo que os processos administrativos do Ibama demoravam até sete anos para serem concluídos”, explicou.

    Ele apontou que o “decreto de conciliação ambiental” permitiu que fossem feitos acordos entre as partes: “Era um decreto muito positivo e acabou sendo atacado por questão de retórica política. Lamento que tenha sido revogado.”

    Os dois deputados concordaram em como, por exemplo, governos internacionais cobram o Brasil por questões ambientais, mas não colocam em prática acordos climáticos internacionais.

    Salles citou, por exemplo, os Estados Unidos, que enviaram John Kerry para discutir a questão ambiental com autoridades brasileiras enquanto o país aprovava exploração de petróleo no Alasca.

    “As potências do mundo não tem lições boas para nos dar. […] Os acordos internacionais são assinados, mas para colocar em prática é uma dificuldade”, concordou Chico.

    Veja o Painel CNN completo no vídeo acima.

    (*Publicado por Léo Lopes)

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