Deputados articulam mudança na indicação de Bia Kicis para CCJ
Deputados da base do governo ouvidos pela CNN confirmaram a existência de conversas para que a indicação de Kicis não seja confirmada
Deputados da oposição começaram a articular com integrantes da base do governo a não indicação de Bia Kicis (PSL-DF) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. De acordo com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) o objetivo principal é convencer o PSL a apresentar o nome de outro parlamentar.
Deputados da base do governo ouvidos pela CNN confirmaram a existência de conversas para que a indicação de Kicis não seja confirmada.
Eleita em 2018 e defensora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ela, ao longo do seu mandato, fez muitas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que vacinas contra o novo coronavírus poderiam afetar o DNA de imunizados e condenou medidas de contenção da epidemia como restrição de circulação de pessoas.
De acordo com parlamentares governistas, caso a indicação seja mantida, Kicis enfrentará adversários na disputa pela presidência – a escolha é feita pelos integrantes da CCJ. O PSL tem direito à indicação por integrar o bloco majoritário formado em 2019, no início da atual legislatura.
A ida de Kicis para o comando da CCJ foi articulada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para compensar a indicação de Luciano Bivar (PE), presidente do PSL e desafeto de Bolsonaro, para a primeira secretaria da Câmara.
De acordo com um deputado ligado a Lira, o entendimento prevê que, em 2022, Kicis seja substituída por outro parlamentar do PSL, Vitor Hugo, que, antes, assumirá a liderança do PSL na Câmara.
Ouvido pela CNN, um ministro do STF disse não acreditar na ida de Kicis para a presidência da CCJ. Afirmou que sua convicção era baseada em “informação e em palpite”.