Depois de apoio de Lira, Republicanos confirma candidatura de Motta

O Republicanos oficializou nesta terça-feira (29) a candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados em 2025.

O anúncio foi feito após reunião da bancada e depois de o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), ter confirmado seu apoio ao nome de Motta na disputa.

“Os 44 deputados do Republicanos estarão nessa jornada de construção para somar apoios que unifiquem a Casa em prol de um país cada vez mais forte, pujante e desenvolvido. O Brasil precisa de Hugo Motta presidente da Câmara”, declarou Marcos Pereira, presidente nacional da sigla.

Segundo Pereira, o candidato do Republicanos “representa hoje o nome capaz de congregar todas as forças políticas da Câmara”.

Mais cedo, ele acompanhou o pronunciamento de Lira sobre o apoio à Motta. O anúncio era esperado desde agosto, prazo inicial estabelecido por Lira para definir quem apoiaria na disputa pela sua sucessão.

“Quero aqui registrar que vamos fazer uma campanha no corpo a corpo, ouvindo cada um, porque é dessa forma que nós construímos uma Câmara forte, que represente verdadeiramente os anseios da Casa e da população lá representeada […] Estamos confiantes, respeitando a todos, que vamos construir essa convergência”, disse Motta após a reunião da bancada do Republicanos.

Projeto da anistia

Sobre o projeto que dá anistia para investigados do 8 de janeiro, Hugo Motta defendeu “cautela” e “equilíbrio”. O avanço da proposta vinha sendo usado como condição para deputados da oposição apoiarem candidatos na sucessão da Câmara.

Lira decidiu na segunda-feira (28) dar novo despacho para o projeto e determinou que ele seja analisado por uma comissão especial.

Com a decisão, na prática, a tramitação da proposta será atrasada. Motta negou que a medida afaste o apoio do PL da sua candidatura e defendeu o amplo debate da proposta.

“Eu vejo o PL como um partido que estará ao nosso lado. Temos conversado com o líder Altineu Côrtes, com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e com o ex-presidente Bolsonaro reafirmando o compromisso com a importância que o PL tem hoje na Casa. É o maior partido da Casa, com mais de 90 deputados. Nós vamos respeitar o espaço do PL”, declarou Motta.

As eleições internas para o novo comando da Câmara serão realizadas em fevereiro de 2025, mas as movimentações internas tiveram início ainda no primeiro semestre deste ano. Também devem disputar o cargo os deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).

Negociações

Motta tem investido em negociações para o apoio de bancadas maiores, como o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A mesma estratégia é adotada por Elmar Nascimento, que é o atual líder do maior bloco político da Câmara. Ele era considerado o favorito de Lira durante o primeiro semestre.

No entanto, a candidatura de Motta foi viabilizada e ganhou força após a desistência de Marcos Pereira (SP), presidente nacional do Republicanos, que ensaiava concorrer ao cargo.

Lira e Motta apostam em uma candidatura de “convergência”, em busca de apoio de um número expressivo de congressistas e de governistas.

“Sem governabilidade, sofre o país. Sofre a população. Depois de muito conversar e sobretudo de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez”, disse Lira mais cedo.

No anúncio feito nesta manhã por Lira, também compareceram os líderes do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), e do PP, Doutor Luizinho (RJ). Vice-líder do governo na Casa, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) também estava presente.

Como a CNN mostrou, Motta deve intensificar nesta semana as negociações com bancadas para garantir apoio da maioria dos partidos, repetindo a estratégia de Lira na eleição interna anterior. O líder do Republicanos já teve encontro individuais com parlamentares e com grupos de congressistas de siglas em comum.