Depoimento de diretor da Prevent Senior é adiado para próxima quarta
"É um dos casos mais graves que vamos enfrentar aqui na CPI", disse Renan Calheiros sobre as denúncias envolvendo a operadora de saúde
Após a ausência de Pedro Benedito Batista Junior, diretor-executivo da Prevent Senior e depoente desta quinta-feira (16) na CPI da Pandemia, os senadores resolveram remarcar a oitiva do médico para a próxima quarta-feira (22).
Com isso, a previsão é da CPI receber na próxima semana o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, na terça-feira (21), e Pedro Batista no dia seguinte.
Em nota enviada à comissão, a operadora de saúde justificou a ausência dizendo que o e-mail de intimação para que o médico fosse ao Senado prestar esclarecimentos sobre o chamado “tratamento precoce” chegou no fim da tarde de quarta-feira (15), e que, portanto, não houve tempo hábil para viabilizar seu comparecimento.
Segundo a defesa do médico, ele deve comparecer à CPI se receber outra notificação com maior tempo tanto para chegar à Brasília – o executivo encontra-se em São Paulo – como para a análise dos autos que embasaram a convocação.
Mesmo assim, os senadores pediram para que o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), avaliasse pedir autorização para realizar uma condução coercitiva caso Batista não compareça ao Senado na próxima semana.
A decisão foi tomada na reunião desta quinta, que aconteceu sem depoentes, mas com debates sobre os rumos das investigações da comissão e sobre as denúncias envolvendo a operadora de saúde.
Também foi aprovado um requerimento de pedido de informações ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que estaria investigando denúncias sobre médicos da Prevent Senior terem sido forçados a receitar medicamos do “tratamento precoce” contra a Covid.
Os fármacos não têm eficácia nos cuidados da doença.
Para o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o caso da Prevent Senior é “um dos mais graves” que serão abordados na comissão.
O senador também comentou sobre as expectativas para o relatório final das investigações, que é prometido para as últimas semanas de setembro.
“Essa é a CPI das CPIs. Ela tratou de vidas, virou uma espécie de santuário de defesa da vida, do enfrentamento ao negacionismo, à irresponsabilidade de tratamento precoce com medicamentos ineficazes”, disse Calheiros.
Mudanças na vacinação de adolescentes
Na breve sessão, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), propôs que a comissão intime o Ministério da Saúde a justificar os critérios técnicos que basearam uma nota informativa que mudou os critérios de vacinação em adolescentes, publicada também nesta quinta.
“Não ser recomendada é diferente de não ser prioritária”, afirma Randolfe. Porém, o requerimento ainda não foi apresentado pelo senador.
Para Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, defendeu que o Brasil expanda a vacinação de um grupo maior de pessoas com ao menos uma dose antes de priorizar a dose de reforço.