“Democracia não suporta grades”, diz Lula ao mandar retirar barreiras do Planalto
Proteção em frente ao palácio foi removida nesta quarta (10) por funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) por ordem do próprio presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a sua decisão de retirar as grades do entorno do Palácio do Planalto e do Palácio Itamaraty nesta quarta-feira (10). “O Palácio não precisa estar cercado de grade. Não é que estou inseguro, é que eu tenho certeza absoluta que a democracia não suporta grades”, disse Lula.
A barreira foi retirada por funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) por ordem do próprio Lula. Em outras ocasiões, o chefe do Planalto já havia reclamado dessas grades de proteção no Planalto e também da barreira para acessar o Palácio da Alvorada.
“Vou tirar aquela muralha na frente do Alvorada. Eu vou tirar, depois a segurança veja como ela cuida para evitar qualquer problema, porque nunca teve. As pessoas iam na porta do Alvorada protestar. Se eu quisesse cercar o povo, não permitir que ele faça protesto, não tem sentido a democracia”, explicou.
Lula também comentou a possibilidade de retirar as grades de proteção do Congresso e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu vou conversar para ver a possibilidade de tirar da praça dos Três Poderes, mas a Suprema Corte quem decide é a Suprema Corte. O Congresso quem decide é o Congresso”, explicou.
O presidente ainda afirmou que não precisa de segurança porque o Palácio já tem. Entretanto, pontuou que “irresponsáveis” que participaram dos atos em Brasília do 8 de janeiro serão tratados conforme seu comportamento e completou dizendo que o Brasil não precisa de grades.
“O Brasil não precisa estar cercado de grades. É deixar livre. A democracia não exige muro, não precisa de muro. Aquilo foi feito em um momento que o PT já não mandava mais no país, na gestão do [Michel] Temer. Significa que, quem faz coisa errada tem medo, ficou durante toda a gestão do ‘coisa’”, completou Lula se referindo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
* Sob supervisão