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    Delgatti possuía decisões falsas sobre quebra de sigilo bancário e bloqueio de R$ 22 mi da conta de Moraes, aponta PF

    Relatório de 1.521 páginas da investigação aponta detalhes do caso de invasão ao sistema do CNJ

    Hacker Walter Delgatti Neto em depoimento na CPMI do 8 de janeiro
    Hacker Walter Delgatti Neto em depoimento na CPMI do 8 de janeiro WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

    Elijonas Maiada CNN

    Brasília

    A Polícia Federal (PF) encontrou no celular do hacker Walter Delgatti decisões falsas de quebra de sigilo bancário e bloqueio de R$ 22 milhões das contas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além do falso mandado de prisão que deu início à investigação.

    “Também constam falsas ordens de afastamento de sigilo bancário e de bloqueio de valores contra o magistrado”, diz trecho do relatório da PF, de 1.521 páginas, ao qual a CNN teve acesso.

    Segundo a PF, a identificação foi no curso das apurações, conforme o relatório do setor de inteligência, que identificou a existência de uma falsa ordem de bloqueio bancário, no montante de R$ 22 milhões.

    “Há também uma ordem de afastamento de sigilo bancário em desfavor do ministro, assinada pelo mesmo ADOLFO MAJADO FILHO. O arquivo nomeado como “xandao.pdf” determina o afastamento do sigilo de contas do magistrado no período de 31/10/2018 a 31/10/2022”, detalha a PF.

    Segundo o inquérito, a falsa ordem judicial foi gerada, conforme consta em seu teor, no dia 04/01/2023, às 22h22, e o metadado do arquivo, encontrado no material de Walter Delgatti, aponta que sua criação ocorreu no mesmo dia às 22:22:59h.

    As decisões de bloqueio de contas, no entanto, não foram inseridas no CNJ, mas constam na análise do material apreendido durante buscas.

    Nesta quinta-feira (29), a PF indiciou Delgatti e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção do mandado falso de prisão contra o ministro Moraes.

    Na quarta-feira (28), a CNN revelou que os indiciamentos estavam prontos e seriam publicados esta semana.

    À reportagem, a defesa do hacker disse que não se surpreende com o indiciamento, “pois desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ”.

    “O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele”, disse o advogado Ariovaldo Moreira.

    Já o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, enviou nota em que “REFORÇA que ela [deputada] JAMAIS fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude”.