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    Delegado afastado da PF queimou documentos antes de operação

    PF conseguiu recuperar parte do material queimado com os trabalhos da perícia e descobriu que pelo menos parte dos documentos tem origem na Abin

    Gabriela Pradoda CNN , Brasília

    Delegado da Polícia Federal (PF) afastado por suspeita de participação “Abin paralela”, Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho queimou documentos dias antes do cumprimento de mandado de busca e apreensão da operação, disseram à CNN fontes ligadas às investigações.

    Coelho foi um dos alvos da operação desencadeada no dia 25 de janeiro, que cumpriu 21 mandados de busca e apreensão.

    Entre os investigados, estão sete integrantes da PF e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Todos são suspeitos de usar um software de geolocalização, o FirstMile, de forma ilegal.

    A PF conseguiu recuperar parte do material queimado com os trabalhos da perícia e descobriu que pelo menos parte dos documentos tem origem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

    Questionado pela investigação sobre o fato, o delegado afastado teria relatado que a documentação era antiga de gestões anteriores.

    A CNN tenta contato com a defesa e com Carlos Afonso desde terça-feira (6). O espaço está aberto para manifestação da defesa.

    Pedido para queimar

    O delegado estava na função de Coordenador de Aviação Operacional (CAOP), cargo da direção da PF. A sede da coordenação fica no Aeroporto Internacional de Brasília.

    Fontes relataram à CNN que pouco dias antes da operação, dentro do CAOP, Gomes pediu para funcionários terceirizados queimarem os documentos.

    O delegado foi exonerado no cargo de coordenação no dia seguinte a operação, em 26 de janeiro. A Justiça ainda determinou o afastamento de Coelho da corporação.

    “Posição de destaque”

    A investigação aponta que Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho ocupava uma “posição de destaque” na Abin, durante a gestão de Ramagem. Durante o período de junho de 2019 a abril de 2022, ele passou por diversos cargos dentro da agência.

    Para a Polícia Federal, o delegado afastado atua no esquema no “núcleo PF alta gestão”. Além de Coelho e Ramagem, estão nesse grupo os agentes Marcelo Araújo Bormevet, Carlos Magno de Deus Rodrigues, Felipe Arlotta Freitas, Henrique César Prado Zordan e Alexandre Ramalho.

    Coelho foi Diretor do Departamento de Inteligência Estratégica (DIE), que depois passou a ser denominado Centro de Inteligência Nacional (CIN), além de exercer as funções de Secretário de Planejamento e Gestão e Diretor-Geral Adjunto, segundo posto na escala da Abin.

    Ao pedir o afastamento dos policiais, o Ministério Público Federal (MPF) aponta que no caso de Coelho “trata-se de unidade operacional de grande prestígio e respeitabilidade na instituição; o titular da Coordenação é o responsável pela organização dos deslocamentos aéreos das missões e operações policiais”.

    Operação

    A Polícia Federal cumpriu até o início de fevereiro duas fases da operação “Vigilância Aproximada”.

    A primeira, em 26 de janeiro, cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em Brasília, Rio de Janeiro, Juiz de Fora (MG) e São João Del Rei (MG), além de medidas cautelares contra agentes da PF.

    A segunda fase, em 29 de janeiro, oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (5), Brasília (1), Formosa-GO (1) e Salvador (1). Um dos alvos foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

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