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    Delegada da PF responsável por extradição de blogueiro Allan dos Santos é exonerada

    Demissão foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira

    Demissão de delegada responsável por extradição do blogueiro Allan dos Santos é vista como represália
    Demissão de delegada responsável por extradição do blogueiro Allan dos Santos é vista como represália 27/05/2020REUTERS/Adriano Machado

    Luiz Vassallo, do Estadão Conteúdo

    A delegada da Polícia Federal Silvia Amelia da Fonseca foi exonerada, nesta terça-feira (9), do cargo de diretora do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). A demissão, assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, foi vista na PF como uma represália ao processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, do Terça Livre.

    Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que a troca da delegada é “parte de ajustes naturais de equipe da nova gestão da Secretaria Nacional de Justiça”, ligada à pasta.

    A Secretaria Nacional de Justiça é chefiada por Vicente Santini. Homem de confiança da família Bolsonaro, Santini foi secretário adjunto da Casa Civil até janeiro de 2020, quando foi exonerado por usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar à Índia. Depois, passou pelo Meio Ambiente e pela Secretaria-Geral da Presidência na condição de assessor.

    O processo de extradição é um rito para dar cumprimento a decisões judiciais. A princípio, cabe ao DRCI apenas cumprir a ordem, além de outros procedimentos de cooperação com autoridades estrangeiras, como, por exemplo, para a recuperação de dinheiro bloqueado por suspeita de lavagem no exterior.

    Casos emblemáticos da Lava Jato, como a descoberta de contas na Suíça do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), ocorreram a partir de avisos de autoridades suíças ao DRCI. O ministério não disse quem será o próximo titular do cargo.

    Milicias Digitais

    O blogueiro Allan dos Santos é alvo de um mandado de prisão e extradição do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão se deu no âmbito do inquérito das milícias digitais.

    Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prestou depoimento no inquérito que investiga se ele tentou interferir nos trabalhos da Polícia Federal. Na oitiva, ele negou interferência na corporação e disse que o ex-ministro Sergio Moro vinculou mudanças no órgão a uma indicação para o STF. A investida do presidente para tirar o então chefe da PF foi o pivô da crise que levou à saída do ex-juiz do governo.