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    Defesa do ex-governador Arruda vai recorrer da condenação da Justiça do DF

    Sentença do TJDFT prevê perda de direitos políticos por 12 anos e o pagamento de multa de R$ 1,5 milhão

    Leonardo RibbeiroBeatrice MesianoJoão RosaLucas Mendesda CNN , Brasília

    O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda foi condenado, nesta quinta-feira (27), pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal por improbidade administrativa em processo relacionado à Operação Caixa de Pandora, deflagrada em 2009.

    A defesa de Arruda informou à CNN que vai recorrer da decisão e disse acreditar na cassação ou na reforma da sentença.

    Arruda teve os direitos políticos cassados por 12 anos, está proibido de contratar com o poder público por dez anos e terá que pagar uma multa no valor de R$ 1,5 milhão, mesmo valor da reparação de dano a que foi condenado juntamente com outros cinco réus: Alexandre Tavares De Assis, Adailton Barreto Rodrigues, Durval Barbosa Rodrigues, Masaya Kondo e empresa Info Educacional.

    O valor da reparação de dano atualizado pela inflação e por juros chega a quase R$ 10 milhões.

    A defesa do político disse ter recebido a notícia com “descontentamento” e argumentou que as provas utilizadas para a condenação de Arruda são nulas e não poderiam ter sido utilizadas pelo juiz cível.

    “O único elemento de prova utilizado para a condenação ostenta nulidade insuperável decorrente da quebra de cadeia de custódia pela Polícia a permitir a sua demonstrada manipulação”, alegou a defesa.

    A CNN tenta contato com os advogados dos demais condenados.

    Histórico

    Não é a primeira vez que José Roberto Arruda tem problemas com a Justiça. Antes de ser apontado pela Polícia Federal como chefe do esquema criminoso instalado no Governo do Distrito Federal, o político colecionava outras punições.

    Em 2001, quando era senador, Arruda foi apontado como um dos responsáveis pela violação do painel eletrônico do Senado Federal durante a votação que cassou o mantado do então senador Luiz Estevão.

    Na época, ele assumiu o fato, disse que errou e pediu desculpas chorando na tribuna. “Cometi um grande erro, talvez o maior da minha vida. Tentei negá-lo, e esse foi outro grave erro. Estou pagando caro por isso”, afirmou naquele momento.

    Arruda acabou renunciando o mandato de senador. Na eleição seguinte foi o deputado federal mais votado do Distrito Federal. Essa popularidade o alçou na sequência ao posto de governador.

    Em 2009 se viu envolvido no maior escândalo de corrupção da história do DF, que culminou na Operação Caixa de Pandora. Arruda foi flagrado recebendo maços de dinheiro de um ex-secretário de Estado. Se defendeu dizendo que se tratava de ajuda para comprar panetones.

    A justificativa não convenceu. Logo depois a Polícia Federal apresentou provas de que se tratava de propina recebida de empresas de tecnologia. Nessa mesma onda, foram identificados casos semelhantes em contratos de outras áreas.

    Para que todo o “esquema” fosse camuflado, segundo as investigações à época, deputados distritais e integrantes do ministério público recebiam mesada.

    Diante de tudo isso, Arruda foi preso. Em seguida foi expulso do partido, o DEM. O que lhe tirou o mandato.

    Por conta da legislação, Arruda ficou inelegível por oito anos. Nesse período ajudou a eleger a então mulher, Flávia Arruda, como deputada. No ano passado, lançou candidatura própria à Câmara dos Deputados. Foi barrado em razão das condenações na Justiça ligadas à Caixa de Pandora.

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