Defesa de Torres diz que visita de senadores na prisão pode ajudar na recuperação de saúde
42 congressistas assinaram pedido de visita; advogados sugerem que entrem em blocos de 5 por vez
A defesa de Anderson Torres disse nesta terça-feira (9) não se opor ao pedido feito por senadores para visitar o ex-ministro na prisão. Em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados afirmaram que o ato “talvez contribua para sua convalescença”.
No final de abril, o senador Rogério Marinho (PL) enviou a Moraes um ofício solicitando autorização para a visita “por razões humanitárias”. O documento foi assinado por 42 senadores, entre eles Izalci Lucas (PSDB-DF), Chico Rodrigues (PSB-RR), Hamilton Mourão (Republicanos), Damares Alves (Republicanos-DF) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em decisão, Moraes determinou que a defesa de Torres se manifestasse sobre o pedido.
Em resposta enviada ao ministro, os advogados Eumar Novacki e Edson Alfredo Smaniotto disseram que, caso a visita seja autorizada por Moraes, “a defesa informa que não se opõe ao pedido” e sugere que seja feita em blocos de até 5 senadores por vez, conforme recomendação médica.
Os advogados afirmaram que a iniciativa dos congressistas é um “ato de solidariedade” e que pode contribuir para a recuperação de Torres, “especialmente em uma conjuntura na qual o requerente sofre de profunda depressão”.
A defesa também declarou que, em um primeiro momento, havia sugerido o não recebimento de visitas de parlamentares e políticos em geral, “seja para evitar eventual politização do caso, seja em função do seu delicado estado de saúde”.
Nos últimos dias, a defesa do ex-ministro tem informado o Supremo sobre a deterioração do seu estado de saúde. Ele está preso desde o dia 14 de janeiro por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro em um batalhão da Polícia Militar no Guará, região administrativa do Distrito Federal (DF).
Na sexta-feira (28), o ministro Roberto Barroso, do STF, rejeitou um pedido de habeas corpus em que a defesa do ex-ministro solicitava a revogação da prisão preventiva.
Os advogados disseram respeitar a decisão e que vão recorrer.
Também na sexta, a defesa de Torres disse a Moraes que o ex-ministro havia informado à Polícia Federal senhas erradas de acesso ao seu e-mail por “comprometimento cognitivo”, dado seu estado de saúde debilitado.
Em manifestações a Moraes e a Barroso, requerendo a liberdade provisória, a defesa de Torres citou o “delicado estado de saúde” do ex-ministro.
No pedido de habeas corpus, os advogados incluíram dois laudos da psiquiatra que acompanha Torres desde janeiro.
A profissional, que atua na rede pública de saúde do Distrito Federal, diz que o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) está com “choros intensos e ininterruptos”.
Segundo a psiquiatra Elaine Meira Bida, ele está com assistência médica de forma intensiva e na última semana “apresentou fortes crises de ansiedade, pânico, desespero, angústia, falta de ar, tristeza profunda, acompanhada dos choros”.