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    Defesa de Bolsonaro alega “confusão na linha do tempo” sobre minuta do golpe e diz que ele não confessou

    Para PF, ex-presidente admitiu que tinha ciência da existência de documento encontrado na casa de Anderson Torres, que previa Estado de sítio

    Raquel LandimGabriela Pradoda CNN

    São Paulo e Brasília

    Fontes da defesa de Jair Bolsonaro alegam que está ocorrendo uma “confusão na linha do tempo” e que o ex-presidente “não confessou” ter conhecimento de uma minuta do golpe durante seu governo no ato na Avenida Paulista.

    A Polícia Federal vai incluir trechos do discurso de Bolsonaro sobre uma minuta encontrada na casa de Anderson Torres no inquérito. Para os investigadores ouvidos pela CNN, pelo discurso neste domingo do ex-presidente, ele teria admitidi que tinha ciência do documento.

    “Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, disse Bolsonaro, no ato. Ele se recusou a prestar depoimento na PF por não acesso a todo o inquérito.

    Segundo fontes da defesa, Bolsonaro só recebeu e leu as chamadas minutas golpistas após o seu governo e o único texto que recebeu foi encontrado pela PF no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.

    Um print dessa minuta, que acabou divulgado pela imprensa, foi enviado por WhatsApp a Bolsonaro no dia 18 de outubro de 2023 por seus advogados e encontrado no escritório dele no PL em recente operação de busca e apreensão da PF.

    “Tudo isso é muito posterior ao governo de Bolsonaro”, diz uma fonte da defesa, que não quis comentar o assunto oficialmente.

    No ato na Paulista, porém, Bolsonaro diz que não deu seguimento aos passos previstos na minuta. “Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da defesa. Isso foi feito? Não”, disse.

    Em conversas reservadas, aliados políticos de Bolsonaro defendem o argumento de que o ex-presidente até pode ter recebido sugestões de minutas de Estado de sítio, mas que não levou adiante.

    Além da minuta de Anderson Torres, Cid afirmou em delação que Bolsonaro recebeu de Felipe Martins, também seu assessor, outra minuta, que previa a prisão de ministros do STF, e que teria pedido modificações. Martins nega a existência desse documento, que não foi encontrado.