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    Eleições 2022

    Decisão de Fachin sobre decretos de armas deve ser explorada por campanhas de Bolsonaro e Lula

    O atual presidente deve abordar o tema em programas eleitorais de rádio e TV; o petista pretende apostar no Estatuto do Desarmamento

    Thais Arbex

    A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de restringir o número de armas e munições que podem ser obtidas por CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), deve ser explorada pelas campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A CNN conversou com integrantes dos QGs dos dois principais candidatos ao Palácio do Planalto e identificou, cada qual à sua maneira, movimentos para tratar do assunto na corrida eleitoral.

    Embora não esteja na programação da campanha de Bolsonaro levar o tema para os programas eleitorais de rádio e TV, aliados e apoiadores do presidente devem explorar as decisões de Fachin nas redes sociais. Pessoas próximas a Bolsonaro dizem, inclusive, que a determinação do ministro do STF tem potencial de inflar ainda mais os atos de Sete de Setembro.

    No início da tarde, uma série de mensagens críticas a Fachin já circulavam entre grupos bolsonaristas. No Twitter, por exemplo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), candidato à reeleição, postou: “Se você não fizer campanha e votar em Bolsonaro, ano que vem o novo presidente provavelmente indicará mais 2 ministros do STF com o mesmo pensamento militante e a margem da lei do ministro Fachin”.

    No QG de Lula, a ordem é investir no discurso de retomada do Estatuto do Desarmamento, de 2003, que estabeleceu regras mais restritivas para a compra e o porte de armas no país, bem como penas mais duras para o porte ilegal e a posse de armas não registradas.

    Um dos pontos a ser explorado pela campanha de Lula é o de que as alterações feitas por decreto, por Bolsonaro, no estatuto são ilegais. Há alguns dias, governadores e ex-governadores que apoiam o petista apresentaram a ele uma lista de propostas para a área de segurança pública. Entre elas, está a “retomada do Estatuto do Desarmamento, aprovado pelo povo”.

    À CNN, integrantes da campanha de Lula disseram que a ideia é que o tema também vá para os programas eleitorais, além de estar nos discursos públicos do petista.

    Nesta segunda-feira (5), Lula afirmou que “não haverá decreto de armas” caso seja eleito em outubro. “Não acredito que alguém queira uma arma para o bem. Tenho 76 anos e nunca tive interesse em ter uma arma, tenho fé em Deus e no meu comportamento”, disse.

    Um dos coordenadores da campanha petista, o ex-governador Wellington Dias disse à CNN que retomar o Estatuto do Desarmamento significa o “respeito ao resultado do plebiscito aprovado pelo povo brasileiro, que por ampla maioria restringiu o uso de armas e munições no país”.

    Segundo ele, a ideia é voltar à regra legal, em que as armas são de “uso apenas por polícias e em casos excepcionais, com regras bem definidas”.

    “Os decretos do atual presidente levaram à volta crescente de circulação de armas pesadas no crime organizado. Na prática, as medidas legalizaram o acesso a armas para os criminosos”, afirmou.

    Nas propagandas de rádio e TV, a ideia é abordar o tema em conjunto com outras propostas para a segurança pública —entre elas, a recriação do Ministério da Segurança Pública. A estratégia da campanha de Lula também é baseada em pesquisas internas, que mostram a insegurança do eleitor em relação à liberação das armas —em especial entre as mulheres.

    Debate

    As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.

    O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

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