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    Decisão contra Eduardo Leite no PSDB explicita novo racha no partido, que pode perder Raquel Lyra

    Sigla vive guerra interna entre o governador do Rio Grande do Sul, presidente da legenda, e tucanos paulistas

    Pedro VenceslauThais Arbexda CNN , Brasília e São Paulo

    A decisão da juíza Thais Araújo Correia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, de determinar que o PSDB faça uma nova eleição para escolha dos membros de sua executiva nacional em até 30 dias explicitou a crise de identidade do partido.

    A sigla vive uma guerra interna entre o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, presidente da legenda, e os tucanos paulistas.

    Depois de 28 anos no comando do governo paulista, o PSDB perdeu a eleição estadual do ano passado e entrou numa espiral decadente no estado. Parte dos prefeitos tucanos está migrando para a base do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Com o diretório politicamente fragilizado, Leite agiu para que seu grupo assumisse o controle do PSDB paulista e indicou o prefeito de Santo André, Paulo Serra, para assumir a Federação, que inclui PSDB e o Cidadania.

     

    Quando assumiu o comando do partido no início do ano, Eduardo Leite também tirou da executiva tucanos paulistas como o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que acionou a Justiça.

    “A comissão provisória era golpista e fraudulenta”, disse Morando à CNN.

    Ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Carlos Pignatari apoiou a medida. “A decisão da Justiça de dissolver a atual direção nacional do PSDB e convocar novas eleições em 30 dias reforça o compromisso com a legalidade, transparência e democracia, princípios que devem sempre nortear a vida pública. Para voltar a ser grande, o PSDB precisa ser exemplo primeiro na sua base, para então liderar as transformações que o Brasil precisa”, disse o parlamentar.

    Atualmente, o partido conta com 13 deputados federais. Foram 54 parlamentares eleitos na Câmara em 2014 e 29 em 2018.

    Em nota à CNN, o PSDB afirmou que o presidente da sigla, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, permanece no cargo até a nova convenção. O partido ainda afirmou que aguarda ser notificado da decisão para recorrer.

    Orlando Morando foi à Justiça questionar um ato da Executiva do PSDB de fevereiro de 2022, que decidiu prorrogar por um ano o mandato do então presidente do partido, Bruno Araújo.

    A sigla também ampliou os mandatos de todos os membros, inclusive os dos diretórios estaduais, até 31 de maio de 2023.

    Naquela ocasião, era a segunda vez que o PSDB ampliava o mandato de Araújo à frente da legenda. Foi exatamente essa segunda eleição que Morando questionou na Justiça, sob o argumento de que ela descumpriu o estatuto tucano, que permite apenas uma prorrogação.

    A decisão da juíza torna nulos todos os atos posteriores a essa segunda renovação do mandado de Araújo, o que impacta, portanto, a chegada de Leite à presidência do partido.

    Os tucanos de São Paulo também reclamam que Eduardo Leite faz uma oposição “light” ao governo Lula e tem pouco tempo para se dedicar ao partido.

    Outro sinal do esvaziamento do PSDB é a provável mudança de partido da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra. Segundo fontes do PSD de Gilberto Kassab, o partido deve ser o destino de Lyra.

    A CNN entrou em contato com a assessoria da governadora, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

    Veja também: Justiça determina nova eleição no PSDB

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